Os rins são dois órgãos localizados na região posterior do abdome e têm, em média, de 10 a 12 centímetros de comprimento. Embora pequenos, desempenham funções vitais, como remoção de resíduos e excesso de líquido produzido pelo corpo; reabsorção do que deve ser mantido e eliminação do que não é desejável; estímulo à produção de glóbulos vermelhos; fabricação de vitaminas para a constituição dos ossos e liberação de hormônios que controlam a pressão arterial.
Quando os rins param de funcionar, é necessário recorrer à diálise ou ao transplante de rim, procedimento que o Dr. Alan Castro, nefrologista do CHN, e o Dr. Eduardo Gouveia, cirurgião responsável pelo transplante renal do CHN, realizam há mais de 20 anos com a ajuda de um time bastante experiente.
O que é transplante de rim?
Quando a pessoa chega ao estágio de falência renal, o ideal é que tenha recebido acompanhamento com nefrologista, que tem o objetivo de evitar esse estágio ou ao menos atrasar a evolução da doença renal crônica. Caso seja necessário substituir a função do órgão, o ideal é recorrer ao transplante renal preemptivo, que consiste no transplante antes que o paciente inicie a diálise.
“O transplante é considerado, por diversos estudos clínicos, o melhor tratamento. É o que mais estende a sobrevida do paciente e melhora sua qualidade de vida, quando comparado com a diálise", comenta o Dr. Alan. Em resumo, o transplante renal é a intervenção cirúrgica que substitui o rim doente por outro saudável.
Como o transplante renal é feito?
O transplante é feito com a doação de um rim saudável, que pode vir de um parente de até quarto grau. A legislação federal permite doação de cônjuge e amigos desde que com alvará de autorização judicial. “O importante é que a doação seja feita de forma altruísta, e o potencial doador vivo esteja em perfeito estado de saúde, que será devidamente avaliada", recomenda o nefrologista.
Quanto ao doador falecido, basta que ele – em vida – tenha manifestado esse desejo à família e que ela o cumpra de forma a consentir a doação de órgãos após confirmação de morte encefálica. Segundo o nefrologista, o ideal é que o paciente conte com um doador vivo compatível, de preferência um irmão com mais de 36 anos, visto que, abaixo dessa idade, é alto o risco de o doador evoluir com piora da função renal.
“O potencial receptor deve ser avaliado previamente pelo urologista para verificar se o funcionamento e a estrutura das vias urinárias estão bons", continua o Dr. Alan.
No caso de transplante renal intervivos, o rim saudável é retirado juntamente com parte da artéria, da veia e do ureter. Após a remoção, essas estruturas serão ligadas ao receptor, e o ureter é conectado à bexiga.
Quando o transplante de rim pode ser indicado?
A doença renal crônica pode progredir de maneira assintomática e, infelizmente, ser diagnosticada quando o quadro já está em fase avançada. A indicação para o transplante renal deve ocorrer quando:
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Há insuficiência renal;
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O paciente está em diálise ou fase pré-dialítica;
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O quadro é irreversível.
“É importante que as pessoas saibam que até o paciente ser encaminhado para a fila do transplante, há um trabalho completo e multidisciplinar para avaliar se esta é a melhor abordagem para ele. Como todo tratamento de saúde, a indicação para o transplante de rim também é individualizada em respeito às particularidades físicas e emocionais de cada um", afirma o Dr. Alan.
Transplante de rim é perigoso? Quais são os riscos?
O Dr. Alan Castro explica que, para o doador vivo, os riscos são mínimos, pois ele passa por uma avaliação rigorosa e, após o procedimento, poderá viver com apenas um rim, desde que mantenha hábitos de vida saudáveis, não ganhe peso e não fume. Para o receptor, os riscos são de infecção no primeiro ano e doença cardiovascular depois. Por isso a importância de contar com o acompanhamento de times experientes e hospital com todos os recursos necessários.
Como é a recuperação do transplante renal?
Depois da cirurgia, o paciente que recebe o rim do doador vivo permanece no hospital por cerca de sete dias. Já para aqueles que receberam o órgão de um doador falecido, a recuperação é mais complexa e o tempo de internação é de 10 a 14 dias.
Existe idade máxima para ser um receptor de rim?
Segundo o Dr. Alan, não há idade máxima para a realização do transplante renal, desde que o paciente não possua nenhuma contraindicação clínica. Entretanto, os riscos aumentam.
Centro de Oncologia, um dos grandes pilares do CHN
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