Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Brasil e em países desenvolvidos, o câncer representa a principal causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, sendo registrados mais de 8 mil novos casos anuais. A boa notícia é que, nas últimas três décadas, os tratamentos têm evoluído e cerca de 80% dos casos são curados quando diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. Com a ajuda da Dra. Giovanna Chinelli Teixeira, oncologista pediátrica do CHN, respondemos às principais questões sobre o câncer infantil, a seguir. Confira!
O que é câncer infantil e infantojuvenil?
O câncer infantojuvenil é definido por um conjunto de doenças oncológicas que, pela Classificação Internacional do Câncer Infantil (CICI), é dividido em 12 grupos de disfunções que atingem jovens entre 0 e 19 anos. Entre os diagnósticos mais frequentes, as leucemias agudas lideram o ranking, seguidas pelos tumores do sistema nervoso central e os linfomas.
As neoplasias infantojuvenis correspondem 2%-3% de todos os diagnósticos de câncer. Embora elas possam ser classificadas como evento raro, a estimativa global aproximada de novos casos fica em torno de 413 mil por ano, sendo 29 mil na América Latina e no Caribe. Com a redução da letalidade por doenças infectocontagiosas nas últimas décadas, o impacto dos óbitos por câncer entre crianças e adolescentes aumentou e, hoje, ocupam o primeiro lugar de mortalidade causada por doenças, sendo precedidas exclusivamente por causas externas, como acidentes.
Quais são os tipos mais comuns de câncer infantojuvenil?
O câncer infantojuvenil pode ter origem em qualquer estrutura do organismo. Nesse sentido, conheça alguns tipos e sua localização de origem:
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Neuroblastoma – células do sistema nervoso periférico; bastante frequente no abdome;
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Tumor de Wilms – atinge os rins;
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Retinoblastoma – chamado de “câncer do olhinho", compromete a retina;
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Leucemia infantil – atinge a medula óssea;
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Tumor germinativo – ocorre nas células dos ovários e testículos;
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Osteossarcoma – se dá nos ossos;
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Linfoma infantil – atinge as células do sistema de defesa;
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Sarcomas – tumores de partes moles.
Abaixo, a especialista fala sobre os tipos mais comuns de câncer infantojuvenil.
Leucemia infantil
Conhecida popularmente como “câncer no sangue", a leucemia é uma mutação das células da medula óssea, na qual são produzidos os glóbulos brancos (leucócitos), as hemácias (glóbulos vermelhos) e as plaquetas. Esse é o tipo mais comum de câncer infantil.
Linfoma infantil
O linfoma é o terceiro tumor maligno mais frequente entre crianças e adolescentes. Ele se desenvolve no sistema linfático, estrutura de defesa do organismo, e possui dois tipos: Hodgkin e não Hodgkin.
Sintomas do câncer infantil
Um dos fatores que dificulta o diagnóstico nos primeiros estágios da doença é que alguns indícios de câncer infantil se assemelham aos de outras alterações. Portanto, fique atento às seguintes manifestações:
- Perda de peso contínua e sem motivo aparente;
- Dor de cabeça e vômito de manhã;
- Inchaço ou dor nos ossos e nas articulações;
- Presença de nódulo em regiões como abdome e pescoço;
- Reflexo esbranquiçado na pupila (leucocoria);
- Estrabismo;
- Movimentos irregulares com os olhos;
- Febres recorrentes sem relação com infecções;
- Hematomas;
- Sangramento;
- Massas palpáveis em qualquer parte do corpo;
- Palidez;
- Fadiga.
Quais são as diferenças entre câncer infantil e câncer em adultos?
A diferença entre o câncer em crianças e em adultos se dá, principalmente, nos aspectos morfológicos, ou seja, no tipo de tumor e em sua evolução e localização de origem. Em crianças e adolescentes, a doença normalmente atinge as células do sistema sanguíneo, o sistema nervoso e os tecidos de sustentação. Já nos adultos, as células epiteliais, que recobrem os órgãos, são as mais afetadas.
O câncer infantil possui características particulares pelo fato de a doença não estar associada a fatores de risco, como acontece em adultos, por exemplo, o fumo relacionado com o câncer de pulmão. Quando acontece em uma criança, não se tem uma causa definida ou um fator ambiental que possa ser controlado. Por outro lado, o câncer na criança apresenta mais chances de cura e responde muito bem ao tratamento de quimioterapia. “A resposta ao tratamento no câncer pediátrico está relacionada com sua formação, e as neoplasias em crianças são, em sua maioria, de origem embrionária, assim, tendem a ter rápida evolução, mas ótima resposta ao tratamento", explica a médica.
Quando procurar atendimento médico?
Consulte o pediatra de seu filho sempre que houver suspeita de alguma alteração. Caso o diagnóstico de câncer infantil seja confirmado, um oncopediatra deverá avaliar o paciente para definir o tratamento. A sequência da linha de cuidados consiste na identificação da patologia, por meio do reconhecimento precoce dos sinais e sintomas que permitem a definição do melhor tratamento.
No câncer infantil, somente um pequeno grupo – menor que 0,5% dos casos – apresenta condições que predispõem o desenvolvimento de neoplasias. A imensa maioria dos casos não possui um fator de risco bem estabelecido. Por essa razão, priorizar o diagnóstico precoce feito por médicos atentos e conscientes dos principais sinais e sintomas, aliado ao direcionamento do tratamento em serviços especializados quando houver suspeita, é a melhor forma de enfrentar o câncer infantojuvenil.
Profissionais capacitados, que conheçam e saibam identificar as manifestações mais comuns, reduzem os desfechos desfavoráveis. O diagnóstico precoce também é potencializado pelo olhar atento do pediatra.
Setembro Dourado: campanha de conscientização do câncer infantojuvenil
O Setembro Dourado é uma campanha mundial dedicada à conscientização e ao estímulo do debate sobre o câncer infantojuvenil, principalmente em relação ao diagnóstico precoce. Esta é uma das principais formas de aumentar as chances de cura do paciente, junto com a condução do tratamento mais indicado em um centro especializado. Por fim, a Dra. Giovana declara: “A redução da mortalidade por câncer infantil é um empenho global e, desde 2018, ocorre por meio da Iniciativa Global para o Câncer infantil, que visa atingir, pelo menos, 60% de sobrevida para crianças e adolescentes com câncer infantojuvenil."
Oncologia Pediátrica do CHN
O Centro de Oncologia Pediátrica do CHN é um setor totalmente dedicado ao acolhimento de crianças e adolescentes com suspeita ou diagnóstico confirmado de câncer. O principal objetivo é promover a melhor experiência assistencial aos pacientes e suas famílias durante as consultas e os exames em todas as fases de acompanhamento – desde as primeiras consultas de investigação até o pós-tratamento.
Confortável e seguro, o espaço conta com uma equipe multidisciplinar altamente especializada formada por oncologistas clínicos, cirurgiões oncológicos, radiologistas intervencionistas, enfermagem treinada e outros profissionais de saúde, como psicólogos e nutricionistas, que contribuem para a plena recuperação do paciente em uma linha de cuidado integrada. O CHN também disponibiliza o Centro de Infusão para receber os pacientes que necessitam de aplicação de medicamentos por via intravenosa, intramuscular ou subcutânea, com boxes individuais e espaço dedicado aos acompanhantes.
Diferenciais da Oncologia Pediátrica do CHN
- Com investimento constante em tecnologia e aperfeiçoamento médico, o Centro de Oncologia Pediátrica do CHN dispõe de diversas opções de diagnóstico, tratamento e acompanhamento para diferentes tipos de câncer.
- Atendimento pediátrico 24 horas e especialistas em oncopediatria disponíveis diariamente.
- Navegação ativa do diagnóstico nos hospitais para os serviços, o que encurta consideravelmente o tempo de tratamento.
- Tratamento em day clinic, o que favorece a redução da média de internações.
- Consultas ambulatoriais de diversas especialidades pediátricas em um mesmo local.
- Estrutura e todos os serviços de um hospital de alta complexidade.
- Alta tecnologia em exames e procedimentos para prevenção, estadiamento, diagnóstico, tratamento e reabilitação das crianças.
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