Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que o número de novos casos de câncer de bexiga tem crescido no Brasil e já passa de 10 mil por ano. Os principais fatores de risco para essa enfermidade incluem o tabagismo e a exposição a substâncias químicas, além de sexo e etnia (homens brancos em idade avançada). A Dra. Tarnara Valeriano Campostrini Machado, oncologista do CHN, fala sobre os principais sintomas, diagnóstico e tratamentos do tumor na bexiga.
Câncer de bexiga: o que é?
O câncer de bexiga é caracterizado pela presença de um tumor maligno que atinge as células que cobrem o órgão. Essa doença pode se manifestar de três formas distintas, a depender da região acometida:
- carcinoma de células de transição – representa a maioria dos casos e começa nas células do tecido interno da bexiga;
- carcinoma de células escamosas – afeta as células delgadas e planas que podem surgir na bexiga depois de longas infecções ou irritações;
- adenocarcinoma – tem início nas células glandulares, que podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irritação ou inflamação.
Apesar de, atualmente, não haver conhecimento sobre formas de prevenção para essa enfermidade, mudanças no estilo de vida reduzem os riscos: evite o cigarro, limite a exposição a substâncias químicas ocupacionais (compostos ou produtos que possam penetrar no organismo do trabalhador pela via respiratória na estrutura de poeiras, gases, neblinas ou vapores), consuma frutas e vegetais. Outro hábito importante é a ingestão diária de líquido, que faz bem para a pele e mantém o bom funcionamento renal.
Quais os sinais e sintomas do câncer de bexiga?
Os sintomas do câncer de bexiga mais frequentes são semelhantes aos encontrados em quadros de infecção urinária, por isso, é tão importante buscar a ajuda de um urologista para avaliá-los. Fique atento em casos de:
- sangue na urina – geralmente se apresenta na cor vermelho vivo e é acompanhado de coágulos;
- desconforto ao urinar – ardência e dor;
- polaciúria – urgência para fazer xixi, mesmo que não haja quantidade suficiente de urina;
- dor na região pélvica – em casos avançados, a dor pode vir acompanhada de uma massa palpável.
Idosos e câncer de bexiga: existe relação entre a doença e a idade?
Segundo a Dra. Tarnara, “o câncer de bexiga tende a ser mais comum em idades mais avançadas, principalmente em homens brancos. Porém, também é encontrado em pacientes jovens".
Câncer de bexiga tem cura?
Felizmente, é possível vencer esse tipo de neoplasia. A especialista explica que quando a doença é diagnosticada em sua forma inicial, o paciente pode ser submetido a tratamento curativo. Ele varia desde o procedimento para a remoção cirúrgica do tumor até o uso de medicamentos quimioterápicos e imunoterápicos.
Como diagnosticar o câncer de bexiga?
Ao notar algum dos sintomas, o primeiro passo é consultar o especialista. Ele poderá solicitar análises laboratoriais (urina), exames de imagem (ultrassonografia, radiografia e tomografia computadorizada) e citoscopia (procedimento que permite visualizar o interior da bexiga), a fim de diagnosticar a enfermidade e definir seu estadiamento (estágio).
Qual o tratamento indicado para o câncer de bexiga?
Assim como diversas patologias, o câncer de bexiga também tem melhor prognóstico quando diagnosticado precocemente. Dessa forma, as opções de tratamento variam de acordo com o grau de evolução do quadro. As abordagens disponíveis são:
- cirurgia de ressecção – remoção apenas do tumor;
- cistectomia – cirurgia urológica para a retirada total ou parcial da bexiga;
- quimioterapia, imunoterapia e radioterapia – métodos utilizados para a diminuição do tumor e a preservação do órgão.
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