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Transplante e doação de órgãos: entenda os procedimentos e sua importância

Indicado para quadros de más-formações congênitas, transplante pediátrico salva vidas e promove bem-estar a crianças

O transplante de órgãos é a esperança para pessoas que aguardam por um recomeço e pela oportunidade de retomar sua rotina, inclusive crianças. Mesmo sendo algo tão importante, nem todo mundo sabe como funciona um transplante ou qual a relevância da doação de órgãos para o tratamento de alterações que podem atingir os pequenos. As médicas Márcia Valladares, hepatologista pediátrica, e Thais Cleto, nefrologista pediátrica, explicam os principais aspectos dos transplantes renal e hepático pediátricos. 

O que é transplante de órgãos?

O transplante de órgãos é uma intervenção cirúrgica cujo objetivo é substituir um órgão doente por outro sadio – no caso do transplante hepático, o fígado; no transplante renal, um novo rim é implantado, que passa a realizar a função que o órgão doente não conseguia. Esse procedimento também pode ser indicado para pacientes que vivem com graves doenças que acometem o coração, o pâncreas ou os pulmões, por exemplo. 

Transplante e doação de órgãos: qual a relação entre eles?

A reposição do órgão em falência só é possível quando há disponibilidade de outro saudável que seja compatível com o receptor. Sendo assim, doação e transplante estão genuinamente relacionados.

Além de órgãos, também é possível doar tecidos como ossos, cartilagem, córnea, pele, sangue do cordão umbilical e medula óssea. O transplante de medula óssea, por exemplo, é um tratamento indicado para doenças que afetam as células do sangue. 

Quem pode ser doador?

Existem dois tipos de doador: vivo e falecido. O primeiro pode ser qualquer pessoa que se voluntarie para doar parte do fígado, da medula óssea, do pulmão ou um dos rins. Para que a doação seja autorizada, é preciso haver alguma relação de parentesco.

Já o doador falecido, quando em morte encefálica (perda completa e irreversível das funções cerebrais), pode beneficiar pacientes que precisem de transplante de coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino, rins, córnea, vasos, pele, ossos e tendões. Em caso de falecimento por parada cardiorrespiratória (quando o coração para), é possível doar apenas os tecidos. 

Doação de órgãos no Brasil

Segundo a legislação, com exceção do gesto voluntário, a doação de órgãos no Brasil só pode ser realizada quando a família autoriza o procedimento. Por isso, quem deseja ser um doador precisa conversar com os familiares e manifestar esse desejo. 

Quem necessita de um transplante de órgão sólido?

A Dra. Márcia explica: “A necessidade do transplante de órgãos está relacionada com a falência do órgão ou com graves efeitos colaterais provenientes de doenças."

As causas que levam ao mau funcionamento de órgãos são muitas e se diferem nas crianças e nos adultos. A principal causa de transplante hepático, por exemplo, entre as crianças é a atresia das vias biliares. Nos adultos, é a cirrose hepática causada por hepatites virais, consumo excessivo de álcool e gordura no fígado.

Já o transplante cardíaco, nos adultos, é indicado nos quadros de doenças coronarianas; nas crianças, a insuficiência cardíaca é uma das alterações mais frequentes que levam à necessidade de transplantar o órgão.

A Dra. Thais destaca: “No caso da falência dos rins, embora a criança possa ser mantida em diálise até conseguir passar pelo procedimento, o transplante renal é a melhor forma de tratamento." 

Transplante pediátrico

De acordo com o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), considerando todos os tipos de transplantes de órgãos sólidos, em 2020, foram transplantadas 486 crianças, 17% a menos que em 2019. Já com relação aos transplantes de fígado pediátricos, foram 200 procedimentos em 2020 no país, 15% a menos que no ano passado, e apenas seis ocorreram no estado do Rio de Janeiro.

Os transplantes pediátricos mais frequentes são:

- medula óssea – pelas doenças do sangue como a leucemia, por exemplo;

- fígado – por causa de alterações no fígado que evoluem para falência hepática;

- rins – em consequência de doenças renais que progridem até chegar à falência do órgão e da necessidade de diálise. 

Recuperação

“O pós-operatório imediato pode trazer complicações e, em alguns casos, é necessário realizar diálise nos primeiros dias. No entanto, a recuperação do transplante renal costuma ser rápida. A criança fica internada, em média, dez dias após a cirurgia e já recebe alta livre de diálise", explica a Dra. Thais. 

A Dra. Márcia ressalta a importância da doação de órgãos: “Esse gesto proporciona uma nova chance para que crianças e adultos doentes, muitas vezes depois de anos de uma rotina desafiadora e de muita hospitalização, tenham qualidade de vida", conclui. 

Por fim, a nefrologista destaca que os exames de pré-natal são essenciais para o diagnóstico de más-formações congênitas, pois bebês que tenham alguma alteração na função dos rins precisam ser acompanhados por um nefrologista pediátrico desde o nascimento.

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