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Diverticulite: prevenção, sintomas e tratamento

Dieta rica em fibras ajuda na prevenção desse quadro que afeta o funcionamento do intestino
MD
Dr. Maurício de Figueiredo Nocchi - Coloproctologista Atualizado em 29/05/2023

A diverticulite é uma condição comum que afeta pessoas no mundo todo, principalmente as mais maduras. Pesquisa publicada pela Revista Médica de Minas Gerais, em 2022, afirma que cerca de 50% destas pessoas desenvolveriam divertículos no cólon entre os 40 e 60 anos.

É importante deixar claro que esse quadro é evitável e os métodos de prevenção são bastante simples, sendo necessário apenas priorizar uma rotina mais saudável que inclua atividades físicas e ingestão de fibras e grãos integrais como o feijão ou o grão de bico, por exemplo. Para explicar o que é diverticulite, quais são seus sintomas e tratamentos, convidamos o Dr. Maurício de Figueiredo Nocchi, coloproctologista do CHN. Confira, também, dicas de prevenção.

O que é a diverticulite?

O cólon é a parte central do intestino grosso e suas principais funções são absorver água e nutrientes. E a diverticulite surge da inflamação de bolsas salientes que se formam na parede do cólon. Geralmente, o quadro é consequência da perda de elasticidade comum ao envelhecimento e da baixa ingestão de fibras, que provoca a formação de fezes endurecidas e consequente aumento da pressão do intestino durante a evacuação.

Diverticulite: quais são os sintomas?

Os sintomas da diverticulite podem variar, mas os principais são:

  • Dor abdominal intensa: geralmente localizada no lado esquerdo inferior do abdômen, podendo ser constante ou intermitente. Pode variar em intensidade e ser acompanhada de sensibilidade ao toque;
  • Febre: costuma estar associada à infecção;
  • Náuseas e vômitos: a presença de inflamação ou infecção no cólon pode causar desconforto digestivo, resultando em náuseas e vômito;
  • Mudanças no hábito intestinal: diarreia ou constipação estão relacionadas obstrução do cólon.

Qual a diferença entre a diverticulite e a diverticulose?

Quanto à diferença entre diverticulite e diverticulose, o Dr. Maurício explica:

“A diverticulose, também conhecida como doença diverticular, é caracterizada pela presença de divertículos no intestino grosso, ou seja, pequenos 'saquinhos' ou 'saliências' na parede intestinal. Essas alterações estão relacionadas ao aumento de pressão no interior do órgão, comumente causadas por constipação. Na maior parte das vezes, o paciente fica assintomático".

Enquanto isso, a diverticulite é uma inflamação decorrente da diverticulose, frequentemente causada por microperfurações no intestino. Nesse caso, a manifestação mais comum é dor abdominal, que pode levar à necessidade de internação e até cirurgia.

Como prevenir a diverticulite?

A prevenção da diverticulite envolve, principalmente, a adoção de hábitos de vida saudáveis. Confira algumas dicas que que podem ajudar a reduzir os riscos:

  • Dieta rica em fibras: ajuda a manter o funcionamento regular do intestino, evitando a formação de fezes endurecidas que podem aumentar a pressão no cólon. Alimentos como frutas, legumes, grãos integrais e feijões são boas pedidas.
  • Hidratação adequada: contribui para a formação de fezes menos endurecidas. O ideal é consumir ao menos dois litros de água por dia, mas a quantidade pode variar de acordo com as necessidades individuais.
  • Atividades físicas regulares: manter um estilo de vida ativo é benéfico para a saúde de modo geral. No caso do sistema digestivo, os exercícios ajudam a regular o trânsito intestinal e previnem a constipação.
  • Gerenciamento do estresse: O estresse pode afetar negativamente o sistema digestivo e contribuir para o desenvolvimento de diverticulite.

Como é o diagnóstico?

Para diagnosticar a diverticulite é preciso combinar avaliação clínica com exames laboratoriais e de imagem. Tudo começa com uma entrevista detalhada – feita pelo médico – para entender os sintomas apresentados pelo paciente.

Após a avaliação clínica, o profissional realizará um exame físico para apalpar o abdômen e detectar áreas sensíveis, verificar a presença de inchaço ou distensão abdominal e avaliar outros sinais clínicos relacionados à diverticulite. Caso necessário, exames laboratoriais como hemograma completo também podem ser solicitados para avaliar os níveis de glóbulos brancos (responsáveis pelo nosso sistema de defesa). Tomografia computadorizada, ultrassonografia abdominal ou ressonância magnética são alguns dos exames de imagem que apoiam o especialista durante o diagnóstico.

Quais são os tratamentos para diverticulite?

Segundo o coloproctologista, o quadro de diverticulite pode variar bastante e por isso, o profissional utiliza uma classificação de gravidade chamada de Hinchey. Essa avaliação leva em conta os resultados da tomografia do abdômen e auxilia na escolha da melhor abordagem para tratar a questão. O primeiro passo é avaliar o estado geral do paciente e solicitar que ele faça a tomografia e outros exames laboratoriais.

O Dr. Maurício afirma que a maioria dos casos é tratada a partir da adoção de dieta líquida, pobre em resíduos, acompanhada de analgésicos, antibióticos e anti-inflamatórios. De modo geral, esse tratamento pode ser feito em casa, apenas situações específicas demandam curta internação. “Entretanto, quando temos um abcesso, pode ser necessário contar com a radiologia intervencionista em que, através de uma punção abdominal, esvaziamos a área em que o pus está a fim de ajudar os antibióticos a fazerem seu trabalho. O paciente é mantido internado para que a equipe acompanhe a evolução do caso", detalha o especialista.

O médico explica ainda que em casos mais graves – em que a dor atinge todo o abdome e é verificada a presença de secreção e fezes na região – a videolaparoscopia é o procedimento mais indicado, pois além de lavar a cavidade abdominal e drenar essas substâncias, esse tipo de cirurgia reduz o tempo de recuperação e os riscos de grandes complicações, pois é preciso apenas pequenas incisões.

“Em alguns casos, essa abordagem ajuda até mesmo a evitar a colostomia, que é o uso de uma espécie de “bolsa" acoplada ao abdômen por onde as fezes saem", conclui o Dr. Maurício.

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