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Transplante de órgãos: como funciona, riscos e como ser um doador

Saiba quais órgãos podem ser doados em vida

​Através do transplante e doação de órgãos, células e tecidos, pessoas que vivem com enfermidades que comprometem o funcionamento de determinadas estruturas do corpo têm chances de sobrevida plena. Infelizmente, as instituições especializadas no assunto vêm lidando com os baixos índices de doação. Entre janeiro e julho de 2020, por exemplo, o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) registrou queda de 30% no número de doações, e a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), nesse ano, detectou que, devido à pandemia, houve redução de 26% na doação de órgãos.

O CHN é referência em Transplante de órgãos no estado do Rio de Janeiro e a enfermeira Márcia Rejane Valentim, nossa gerente da área, explica como ser doador. 

Quais as etapas que antecedem o processo de transplante de órgãos?

A preparação para um transplante de órgãos tem início no diagnóstico que, por meio de exames, possibilita ao médico a definição do tratamento mais adequado e verifica a necessidade de substituição de um órgão doente por outro sadio.

“Uma vez elegível para receptor, o paciente entra na fila única do Programa Estadual de Transplantes (PET) de cada unidade federativa, que é gerenciada pelo Sistema Nacional de Transplante (SNT). Esse sistema faz o cruzamento entre os dados do doador (que pode ser falecido ou vivo) e do receptor para que sejam realizados testes de histocompatibilidade (compatibilidade entre células, tecidos e órgãos) e o paciente receba o novo órgão com o máximo de segurança", explica Márcia Rejane.

Também é o Programa Estadual de Transplantes (PET) que coleta o órgão que vem da autorização de familiares de uma pessoa cuja morte cerebral foi declarada. Tão logo surja um doador, o PET entra em contato com o médico responsável pelo receptor e, caso ele não seja localizado ou esteja impossibilitado de passar pelo procedimento naquele momento, o “número 2" da lista é chamado e o “número 1" será priorizado quando houver outro doador compatível.

“Cabe ressaltar que apesar de ser uma fila única, a 'ordem de chegada' não é o único critério. Além do tempo de espera, peso, altura, tipo sanguíneo e a gravidade clínica (MELD/PELD) também são levados em conta", destaca. 

Como é feita a doação de medula óssea?

O transplante de medula óssea é indicado para o tratamento de várias doenças que atingem as células do sangue, como linfomas, mielomas e leucemias, por exemplo. É possível realizar o transplante a partir da medula vinda de um doador (transplante alogênico) ou retiradas do próprio paciente (autólogo).

As células são coletadas através de punções na região pélvica sob anestesia peridural ou geral em centro cirúrgico, com duração de cerca de 90 minutos. Também é possível obter o material a partir de uma veia periférica através da aferese, procedimento realizado por uma máquina. Depois da doação, a medula do doador se recupera totalmente dentro de algumas semanas. 

Quem pode doar medula óssea?

Para doar medula óssea é necessário procurar o hemocentro mais próximo e solicitar o cadastro no Redome. As exigências são:

  • Ter entre 18 e 35 anos de idade;
  • Estar em bom estado de saúde;
  • Não ter nenhuma condição infecciosa, hematológica ou algum tipo de câncer. 

Como ser doador de órgãos?

Para o transplante de órgãos em geral, existem dois tipos de doador: falecido e vivo. O primeiro, quando ocorre morte encefálica (perda completa e irreversível das funções cerebrais), pode beneficiar pacientes que precisem de transplante de coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino, rins, córnea, vasos, pele, ossos e tendões. Em caso de falecimento por parada cardiorrespiratória (quando o coração para), é possível doar apenas os tecidos.

Para ser um doador em vida, basta que a pessoa se voluntarie para ceder parte do fígado, do pulmão ou um dos rins. Nesses casos, a doação só é autorizada se houver alguma relação de parentesco. Segundo a legislação, com exceção do gesto voluntário, a doação de órgãos no Brasil só pode ser realizada quando a família autoriza o procedimento. Por isso, quem deseja ser um doador precisa conversar com seus familiares e manifestar esse desejo.

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