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Síndrome de burnout: identificar os sintomas é muito importante

Quadro leva a estresse excessivo e pode acarretar problemas cardíacos

O estresse e a sobrecarga no ambiente de trabalho podem levar o profissional ao estado de exaustão e causar esgotamento físico, mental e depressão, sintomas da síndrome de burnout. Por causa do adoecimento psíquico provocado pela doença, é importante buscar acompanhamento especializado para estabilizar o quadro e evitar problemas mais sérios, como hipertensão e arritmia cardíaca.A seguir, o Dr. João Tress, cardiologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), fala sobre as consequências da síndrome de burnout e quais os tratamentos disponíveis. 

O que é síndrome de burnout?

É normal estar cansado ao fim de um dia cheio de compromissos. No entanto, num contexto em que o lar se torna também ambiente de trabalho, muitas pessoas têm enfrentado dificuldade para se desligar das demandas profissionais e acabam estafadas. Segundo o Dr. João Tress, cardiologista do CHN, o burnout – também conhecido como síndrome do esgotamento profissional – é uma condição em que o paciente apresenta sobrecarga mental em razão do acúmulo de tensão e estresse. Esse evento no local de trabalho tem relação com quatro fatores principais:

  • combinação de tensão no ambiente profissional e baixo controle sobre a tomada de decisão
  • desequilíbrio entre o nível de esforço × recompensa
  • falta de apoio de colegas e/ou empregadores
  • sensação de insegurança no trabalho 

Em todo o mundo, cerca de 200 milhões de pessoas apresentam esse quadro, enquanto, no Brasil, 32% dos trabalhadores (quase 33 milhões de cidadãos) são acometidos por esse distúrbio, sendo os policiais, professores, jornalistas, médicos e enfermeiros os profissionais mais atingidos. O Dr. João chama atenção para a incidência do burnout entre os Millennials (geração nascida entre 1990 e 2000) antes mesmo da pandemia, quando 53% dos jovens já se diziam esgotados. Atualmente, o grupo aumentou para 59%, segundo as organizações de estudo da doença.

“Na Geração Z, que engloba pessoas nascidas depois de 2000, 58% relatam esgotamento no contexto atual, o que representa um aumento de 11% em comparação com o período de pré-pandemia", afirma o especialista.

Dado o crescente aumento de casos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) oficializou a síndrome de burnout como uma síndrome crônica, um “fenômeno ligado ao trabalho", e a incluiu na nova Classificação Internacional de Doenças (CID-11), que deve entrar em vigor em 1º de janeiro de 2022. 

Quais os sintomas da condição?

Os sintomas da síndrome de burnout se dividem em dois tipos: físicos e psicológicos. Saiba quais são os principais sinais de esgotamento:

  • cansaço mental e físico em excesso;
  • dificuldade de concentração;
  • perda de apetite;
  • irritabilidade;
  • insônia;
  • lapsos de memória;
  • baixa autoestima;
  • desânimo;
  • dores de cabeça e no corpo;
  • tristeza constante;
  • sensação de insegurança e fracasso;
  • isolamento social;
  • ansiedade;
  • sudorese;
  • dificuldade para respirar;
  • distúrbios gastrointestinais;
  • pressão alta e outras alterações cardiovasculares;
  • as mulheres podem apresentar alteração no ciclo menstrual. 

O que fazer diante dos sintomas acima?

Caso se sinta abatido, triste e com dificuldade de interagir com outras pessoas, o primeiro passo é buscar ajuda psicológica e psiquiátrica em paralelo à avaliação de um clínico geral, que vai investigar as alterações físicas causadas pela síndrome de burnout.

Há maneiras simples de lidar com o burnout diariamente, que incluem:

  • aumentar a prática de exercícios cardiovasculares;
  • praticar técnicas de atenção plena, incluindo meditação, ioga e exercícios de respiração profunda;
  • reservar um tempo para o autocuidado, o diálogo interno positivo e a autocompaixão;
  • conversar com alguém em quem você confia sobre suas ansiedades e estresse (seja um terapeuta, um amigo próximo ou membro da família). 

Consequências da síndrome de burnout para a saúde

De acordo com o cardiologista, estudos recentes revelam que o aumento dos casos de esgotamento pode levar ao ritmo cardíaco irregular – conhecido como fibrilação atrial –, que tende a ocasionar complicações como coágulos sanguíneos, derrame cerebral, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca e outras doenças cardiovasculares.

“Além disso, o burnout também causa estresse excessivo, fadiga, insônia, tristeza, raiva e irritabilidade e contribui para o surgimento de diabetes tipo 2, problemas gastrointestinais, colesterol alto, depressão e até mesmo óbito de pessoas com menos de 45 anos", diz o médico. 

Diagnóstico e tratamento

O psiquiatra e o psicólogo são os profissionais indicados para abordar os distúrbios psíquicos e, no caso da síndrome de burnout, além de conduzirem o tratamento que aliviará os sintomas psicológicos, também podem ajudar na identificação de alterações físicas causadas pela doença e aconselhar a consulta com especialistas de outras áreas. ​

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