A endometriose é uma das doenças crônicas que mais preocupam as mulheres. Conhecida por dores intensas na área próxima ao ventre, essa condição afeta a qualidade de vida de mais de 6 milhões de brasileiras e originou o Março Amarelo, data em que a conscientização sobre os sintomas e tratamentos da doença é mais estimulada na população.
Segundo a dra. Georgia Allan, ginecologista do CHN, a endometriose acontece quando o endométrio – mucosa que reveste a parede interna do útero – se espalha e cresce em outras áreas do organismo, como os ovários, a região pélvica, a bexiga e o intestino. Em condições mais avançadas, o endométrio pode cobrir até mesmo o pulmão e outros órgãos.
“O principal sintoma da endometriose é a dor, que pode se manifestar de diversas formas. As mais comuns são as que surgem durante o período menstrual, as relações sexuais com penetração e ao urinar e evacuar. Outros sinais característicos são diarreia e sangramento intestinal, fadiga e infertilidade”, explica a médica.
Inclusive, a infertilidade é um dos aspectos da doença que mais preocupam as mulheres. Porém, é importante ressaltar que a endometriose não torna a paciente infértil, apenas dificulta a fecundação e, posteriormente, o desenvolvimento da gravidez. A boa notícia é que, segundo a dra. Georgia, existem tratamentos que conseguem aliviar as dores e permitir que as pacientes tenham mais qualidade de vida.
Mulheres que têm mais chances de desenvolver a endometriose:
– quem já teve casos da doença na família;
– quem nunca teve filhos;
– quem começou a menstruar cedo;
– quem tem anormalidades no útero;
– quem tem ciclos longos de menstruação.
“Não temos uma forma específica de prevenir a endometriose, mas ter hábitos de vida saudáveis, com boa alimentação e a prática cotidiana de exercícios físicos, diminui as chances de desenvolver a condição”, afirma a médica.
Segundo a dra. Georgia, a maioria das pacientes só é diagnosticada com a doença na fase adulta, entre 25 e 35 anos, mas muitas delas começam a sentir dores logo após a primeira menstruação. O tipo de tratamento dependerá de muitos detalhes, como a condição de saúde da paciente e o estágio da doença, mas os mais comuns incluem medicamentos hormonais e cirurgia.