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Fimose: o que é, quais os tipos e como são feitos cirurgia e tratamento

Em adultos, condição pode ser causada por higiene inadequada e infecção por HPV

Quem tem criança em casa sabe que a preocupação com o bem-estar dos filhos sempre se fará presente. Além de cuidar da alimentação e da rotina escolar, por exemplo, é importante que os responsáveis pelos pequenos também tenham o costume de auxiliá-los tanto na escovação dos dentes quanto no banho, pois ensinar a higiene correta previne infecções causadas pelo acúmulo de micro-organismos. Esse cuidado também possibilita a identificação de possíveis alterações, como corrimentos nas meninas e fimose, quadro muito comum em meninos. Neste texto, o Dr. Edmo Dutra, cirurgião pediátrico do CHN, explica quais são os tipos de fimose e como tratá-los. 

O que é fimose?

A fimose é uma alteração causada pelo excesso de pele (prepúcio) que recobre a glande e dificulta que ela seja exposta. É comum que, na infância, meninos apresentem um pênis com fimose, e a tendência é que ela desapareça naturalmente. No entanto, caso essa pele não ceda até a adolescência, é necessário consultar um médico para verificar a necessidade de intervenção cirúrgica. 

Quais os tipos de fimose existentes?

Existem dois tipos de fimose: 

Fimose fisiológica

É o tipo mais comum, que costuma se apresentar desde o nascimento. Sua causa se dá por uma aderência entre o prepúcio e a glande.

Fimose secundária

Pode surgir em qualquer fase da vida, pois é resultado de inflamações, traumas ou infecções de repetição, sendo um quadro diretamente relacionado com a falta de higiene adequada da região genital. Nesse caso, num pênis com fimose, pode ser difícil a eliminação de urina e haver complicações, como HPV e câncer de pênis. Outros exemplos:

  • parafimose – estrangulamento da glande;
  • infecção urinária – caso raro em meninos; há necessidade de cirurgia;
  • balanopostite de repetição – inflamação da mucosa que reveste a glande. 

Como é feito o tratamento para fimose?

Como a fimose infantil se soluciona naturalmente, em grande parte das vezes, não há necessidade de tratamento. A partir dos 5 anos, se o problema persistir, o ideal é consultar o pediatra que já acompanha a criança. Enquanto isso, os cuidados para a fimose secundária devem ser orientados por um urologista, que poderá indicar o uso de pomada para combater o agente infeccioso ou a realização de cirurgia urológica para a remoção do prepúcio. 

Qual a idade ideal para fazer a cirurgia?

De acordo com o especialista, antes do primeiro ano de vida o ideal é não manipular o prepúcio, pois o quadro é fisiológico. “Depois dessa idade, podemos utilizar cremes tópicos com o objetivo de abrir a fimose. Caso não resolva, a idade ideal para uma intervenção cirúrgica seria em torno de 2, 3 anos. Na presença de infecção urinária ou inflamações repetidas da pele (balanopostite), a indicação estará presente independentemente da idade." 

Como é feita a cirurgia de fimose?

O cirurgião explica que a cirurgia da fimose se chama postectomia, e pode ser realizada com um dispositivo chamado plastic anel ou com pontos. A criança é submetida à anestesia geral inalatória, seguida de anestesia local. Normalmente, a cirurgia demora em torno de 10 minutos com o dispositivo e 30 minutos com o método com pontos. O paciente recebe alta no mesmo dia depois da aceitação da dieta líquida.

“Para os cuidados em casa, além de analgésico, são orientados a imersão em soluções antissépticas e o uso de pomadas com antibiótico. Esse tratamento dura de duas a três semanas, tempo necessário para os pontos caírem. A primeira semana requer um repouso maior para prevenir traumas locais e sangramentos, mas, com oito dias, o paciente é liberado para as atividades escolares", explica.

Por fim, o Dr. Edmo destaca a importância dos primeiros cuidados após a cirurgia: “É um dos pós-operatórios mais dolorosos entre as cirurgias mais comuns de consultório. O ideal seria não ocorrer nenhum tipo de manipulação até a primeira semana, pois acarretará fissuras que podem comprometer a cicatrização do prepúcio. Sugiro investir no tratamento tópico para evitar o trauma pós-operatório."​

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