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Cardiologia

4 minutos de leitura

Doença arterial coronariana: hipertensão e diabetes estão entre as causas

A prevenção da doença arterial coronariana envolve o controle de condições crônicas (como hipertensão, diabetes e colesterol alto) e a adoção de hábitos saudáveis.
RV
Dr. Rafael Vila Nova - Cardiologista Atualizado em 15/10/2024
Você sabe o que é “coração atordoado”?

A adoção de hábitos saudáveis é parte fundamental do tratamento.

A doença arterial coronariana é caracterizada pela obstrução parcial ou total das artérias coronárias. Isso atrapalha o fluxo de sangue para o coração, podendo gerar sintomas como dor no peito – mas podendo também ser um problema de desenvolvimento silencioso.

As abordagens terapêuticas envolvem a adoção de hábitos saudáveis, o uso de medicamentos e, em alguns casos, a realização de procedimentos cirúrgicos.

Doença arterial coronariana (DAC): o que é?

A doença arterial coronariana (DAC) ou doença cardíaca coronariana (DCC) é uma condição na qual ocorre estreitamento ou obstrução das artérias coronárias. Isso geralmente acontece devido ao acúmulo de placas de gordura e outras substâncias (como colesterol e cálcio) nas paredes das artérias.

Tais placas podem ser pequenas, não levando a uma obstrução significativa, ou grandes, dificultando a passagem do fluxo sanguíneo. Se não for tratado, esse quadro pode resultar em infarto do miocárdio e/ou insuficiência cardíaca.

Para que servem as artérias coronárias?

As artérias coronárias são vasos sanguíneos que levam sangue oxigenado para o músculo do coração, o que é essencial para o funcionamento desse órgão – e, portanto, para o restante do corpo humano.

Causas da DAC

Diversos fatores podem aumentar o risco de formação de placas nas artérias coronárias e, consequentemente, do desenvolvimento da doença arterial coronariana. Os principais são:

  • Hipertensão arterial;

  • Diabetes;

  • Colesterol elevado (sobretudo o LDL-colesterol, chamado de colesterol ruim);

  • Tabagismo (incluindo cigarro convencional, cigarro eletrônico e maconha);

  • Sedentarismo;

  • Sobrepeso ou obesidade;

  • Propensão genética (principalmente no caso de pessoas com histórico familiar de doença coronária, infarto ou angina).

Além desses, há outros elementos sendo estudados atualmente e que podem ter influência importante na doença arterial coronariana, como o sono inadequado e o estresse excessivo.

Vale dizer ainda que os fatores mencionados facilitam a formação de placas não só nas artérias coronárias, mas em qualquer artéria – podendo, portanto, favorecer o surgimento de outras doenças cardiovasculares.

Sintomas da doença arterial coronariana

O principal sintoma da doença arterial coronariana é a dor no peito (angina). Também pode haver falta de ar (principalmente em contextos de atividade física) e cansaço excessivo (mesmo sem grande esforço físico).

Mas nem todos os pacientes apresentam manifestações da DAC: em algumas situações, essa condição é silenciosa.

Qual médico procurar?

O médico cardiologista é o mais adequado para diagnosticar e tratar condições que afetam o coração.

Como é feito o diagnóstico?

Existem algumas formas de diagnosticar a doença arterial coronariana.

Em um cenário agudo, no qual o paciente chega ao hospital tendo um infarto ou apresentado uma dor no peito, geralmente a investigação começa pelo eletrocardiograma e por uma boa avaliação clínica – podendo ser realizado também um cateterismo cardíaco, a depender do caso.

Já em situações nas quais a doença arterial não causa sintomas, a investigação pode ser feita em consultório. Primeiro, o cardiologista reúne informações sobre a história clínica do indivíduo e conduz um exame físico no paciente, buscando sinais que sugiram DAC.

Depois, faz-se um eletrocardiograma e um cálculo de risco de doença cardiovascular. Por fim, define-se a necessidade de solicitar exames complementares (como teste de esforço, cintilografia do miocárdio, ressonância cardíaca e angiotomografia das artérias coronárias).

Tratamentos para a doença arterial coronariana

O tratamento da doença arterial coronariana pode ser dividido em: tratamento clínico, indicado a todos os pacientes, e tratamento intervencionista, recomendado em casos específicos.

A abordagem clínica envolve o controle dos fatores de risco (como hipertensão, diabetes, colesterol elevado e obesidade). Isso pode ser feito por meio de:

  • Prática regular de atividades físicas;

  • Controle do peso;

  • Interrupção do tabagismo;

  • Meditação, yoga e/ou terapia para controle dos níveis de estresse e ansiedade;

  • Alimentação saudável e equilibrada, evitando o excesso de carboidrato e de açúcar e o consumo de ultraprocessados;

  • Medicamentos.

Para além do tratamento clínico, fundamental a qualquer pessoa com doença arterial coronariana, existe o tratamento intervencionista. Essa segunda abordagem inclui a angioplastia coronária e a cirurgia de revascularização do miocárdio, sendo importante em casos mais graves de DAC.

A angioplastia corresponde ao implante de stent. Basicamente, coloca-se uma malha metálica no interior do vaso sanguíneo para restabelecer o fluxo sanguíneo no local onde há entupimento.

Já a cirurgia de revascularização do miocárdio é feita para inserir pontes (como ponte de safena, ponte de mamária e ponte de radial) na região afetada, também com o objetivo de solucionar a obstrução sanguínea.

Como prevenir a DAC?

Para prevenir a doença arterial coronariana, é essencial controlar os fatores de risco. Entre as medidas que podem auxiliar nesse processo, estão:

  • Manter um peso adequado;

  • Praticar atividades físicas com regularidade;

  • Não fumar;

  • Controlar o estresse;

  • Evitar alimentos ultraprocessados, bem como o excesso de carboidrato e sódio;

  • Tratar condições como obesidade, diabetes, alterações do colesterol e hipertensão.

Também é importante consultar periodicamente um médico – seja um médico de família, um clínico ou um cardiologista. Assim, é possível acompanhar a saúde de cada paciente e averiguar o risco de desenvolvimento de uma doença cardiovascular.

Escrito por
RV

Dr. Rafael Vila Nova

Cardiologista
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Dr. Rafael Vila Nova

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