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Diferentes tipos de dor de cabeça: como identificar?

Conheça as principais variedades de cefaleia e saiba como prevenir as dores
MT
Dr. Marcos Tulius - Neurologista Atualizado em 14/01/2021

Apesar de a dor de cabeça ser algo comum em muitas pessoas, há ainda muitas dúvidas em relação aos tipos de cefaleia existentes, como identificá-los, quais são suas causas e quais são os métodos para evitar esse problema, que, em 90% dos casos, é benigno.

O Dr. Marcus Tulius, neurologista do CHN, explica quais são os principais tipos de cefaleia e como combater as dores para manter um estilo de vida mais saudável.

Quais são os tipos de cefaleia?

Segundo o especialista, de maneira geral, a população acredita que as cefaleias – popularmente conhecidas como dores de cabeça – são iguais, mas, na realidade, existem variedades e motivos diferentes. “Ainda que gerem muita dor e mal-estar, na maior parte dos casos, elas não apresentam gravidade", explica. Veja os exemplos mais típicos a seguir.

Cefaleias primárias - são aquelas que não são originadas por outro problema.

Enxaquecas - referem-se a uma categoria específica, que se apresenta com início gradual e normalmente ganha intensidade aos poucos. Outra característica importante é sua piora com exposição à luz forte e a ruídos, além de poder provocar náuseas, vômitos ou tonturas.

Cefaleia em salvas - é o caso mais raro de dor de cabeça, que ocasiona dor forte em um dos lados da cabeça e ao redor do olho, podendo durar entre 30 minutos e uma hora. Ela acontece no período de um a três meses e, depois, o paciente pode não sentir nada por meses ou anos.

Cefaleia tensional - é uma dor de cabeça leve a moderada que pode durar 30 minutos ou uma semana.

Já as cefaleias secundárias são motivadas por outros fatores. Embora sejam dolorosas, na maioria das vezes, não são consideradas graves. Algumas causas frequentes para sua ocorrência são:

  • sinusite;
  • herpes-zóster;
  • cefaleia pós-trauma;
  • problemas de coluna;
  • uso abusivo de analgésicos;
  • cefaleia pós-raquianestesia ou punção lombar;
  • neuralgia do trigêmeo (distúrbio raro do sistema nervoso que acarreta dor no rosto, por onde passa o nervo trigêmeo).

Os casos mais expressivos que promovem as cefaleias secundárias graves correspondem a menos de 10% dos quadros e incluem:

  • AVC hemorrágico;
  • tumores cerebrais;
  • aneurisma cerebral;
  • trombose venosa cerebral;
  • arterite temporal;
  • meningite.

Como diferenciar os tipos de dor de cabeça?

Uma vez que existem variações causadas por motivos diferentes, é preciso entender os principais sintomas relacionados com cada tipo de cefaleia.

Primárias

A enxaqueca produz dor forte, pulsante, de um lado da cabeça, que se intensifica com a prática de atividades físicas; provoca enjoo e, às vezes, vômito; causa sensibilidade maior à luz e ao barulho que o normal; não apresenta outros problemas clínicos ou neurológicos que justifiquem a dor.

A cefaleia em salvas ocasiona olhos vermelhos; olhar caído; agitação intensa; congestão nasal e lacrimejamento.

Por sua vez, os sintomas da cefaleia tensional são dor leve ou pressão em todos os lados da cabeça; dor no fim do dia; sensibilidade à luz ou ruído; dores musculares; irritabilidade; resistência para dormir ou manter o sono; cansaço crônico e dificuldade de concentração.

Em algumas situações, a dor de cabeça representa gravidade. Conheça em quais casos é preciso atenção

Quando o quadro é muito forte e diferente do que de costume, é necessário que o paciente busque orientação médica, já que pode indicar hemorragias e infecções comuns em pacientes com câncer, Aids e imunossupressão (aqueles que têm os elementos de defesa do organismo comprometidos).

Dores que começam de forma súbita e aumentam rapidamente podem estar relacionadas com ruptura de aneurisma ou trombose venosa. A cefaleia em salvas também exibe esses sintomas, mas com lacrimejamento e olhos vermelhos e dura apenas poucas horas. Por outro lado, a enxaqueca costuma manifestar dor gradual, ou seja, inicia branda e se intensifica com o passar das horas.

Outros condicionantes associados às dores também são indicativos de cautela, como quadros de sinusite, otite e infecções de pele na face, que representam maior risco de desenvolver abscessos cerebrais e meningite. Nesse caso, febre sem causa aparente e rigidez na nuca podem indicar o quadro de meningite.

Há ainda o uso de medicações, como corticoides, que podem facilitar o surgimento de sangramentos; casos em que há estados de consciência alterados, como crises convulsivas; e desorientação, que são motivos de emergência médica.

Quais as causas da cefaleia?

Alguns hábitos diários podem contribuir para o surgimento das dores de cabeça, como má alimentação; período desregular de sono; variações bruscas de temperatura; estresse; menstruação e fatores hormonais. Para prevenir-se, mantenha uma dieta balanceada, adote um estilo de vida com sono reparador (entre sete e oito horas por noite) e evite ambientes estressantes rotineiramente.

Qual o tratamento?

Segundo o Dr. Marcus Tulius, apenas por meio de uma avaliação médica especializada é possível detectar as causas da cefaleia e prescrever uma abordagem terapêutica adequada. Por isso, é primordial realizar os exames preventivos indicados pelo médico de confiança e procurar ajuda profissional em casos de surgimento de dor de cabeça súbita.

Escrito por
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Dr. Marcos Tulius

Neurologista
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Dr. Marcos Tulius

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