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Diabetes gestacional: sintomas e cuidados importantes

Alto índice de glicose na corrente sanguínea da mãe prejudica a formação do bebê e pode causar complicações no parto

Diabetes gestacional, anemia e pré-eclâmpsia são algumas das maiores preocupações da mulher durante a gravidez. A primeira, causada por alterações hormonais que interferem na produção de insulina, pode ocorrer principalmente no último trimestre. A dra. Daniela Selano, coordenadora de obstetrícia do CHN, explica o que é como e tratar o diabetes gestacional. 

O que é diabetes gestacional?

O diabetes gestacional é caracterizado pelo aumento dos níveis de glicose no sangue da grávida. Esta alteração ocorre porque, durante este período, há uma crescente produção de hormônios liberados pela placenta que acabam forçando o pâncreas – glândula responsável pela insulina – a trabalhar em dobro para manter os níveis de açúcar em dia.

Nem sempre este esforço é suficiente e o diabetes gestacional pode se desenvolver, com possibilidade de originar ainda hipertensão e prejuízos aos rins. Além disso, devido à dificuldade de absorção de cálcio, potássio e magnésio, a gestante pode ter icterícia ou parto prematuro.

Uma vez que o bebê se nutre através do cordão umbilical, naturalmente, o excesso de glicose também pode vir a interferir no funcionamento do pâncreas da criança, que ainda não está preparado para lidar com um volume tão alto de açúcar. No parto, o corte do cordão interrompe o fornecimento de glicose da mãe para o neném e, por conta da alta concentração de insulina, ele pode sofrer de hipoglicemia.

Sintomas de diabetes gestacional

Os principais sintomas de diabetes gestacional são:

  • Ganho de peso excessivo na grávida ou no bebê;
  • Apetite exagerado;
  • Muito cansaço;
  • Vontade de urinar frequentemente;
  • Sede;
  • Boca seca;
  • Náuseas;
  • Infecções de pele e bexiga com frequência. 

Causas e fatores de risco

Como mencionamos acima, o que causa o diabetes gestacional é a resistência à insulina que é desencadeada pela grande concentração dos hormônios da gravidez. No entanto, vale ressaltar que nem toda mulher desenvolve este quadro. Estão mais propensas aquelas que têm:

  • Colesterol e/ou triglicérides altos;
  • Sobrepeso ou obesidade;
  • Síndrome dos ovários policísticos;
  • Histórico de diabetes na família;
  • Ganho de peso excessivo durante a gestação;
  • Gravidez tardia. 

Outros fatores de risco são gravidez gemelar e diabetes em gestações anteriores. Segundo a dra. Daniela, toda gestante cuja glicemia esteja acima de 90 deve estar atenta à chance de desenvolver diabetes gestacional. 

Quais os valores que indicam diabetes na gravidez?

O diagnóstico do diabetes gestacional é feito a partir do exame de sangue, cujos valores de referência são:

  • Glicemia em jejum: acima de 92 mg/dl;
  • Entre uma e duas horas após a ingestão de açúcar: maior que 180 mg/dl e 153mg/dl, respectivamente.

Para resultado positivo, basta que apenas uma das taxas esteja alterada. 

O que comer e o que evitar?

Uma pergunta bastante frequente de mulheres que desenvolvem diabetes gestacional é o que comer para evitar a hiperglicemia. A dra. Daniela orienta a distribuição de carboidratos entre as refeições diárias (que devem ser três, pequenas e moderadas) e os lanches (entre dois e quatro por dia). Outra dica é não pular as refeições e consumir alimentos como:

  • Azeite;
  • Óleo de amendoim;
  • Abacate;
  • Nozes e sementes;
  • Salmão, sardinhas e atum;
  • Fibras.

Já os alimentos que aumentam os níveis de açúcar no sangue e devem ser evitados são:

  • Bolos;
  • Doces;
  • Biscoitos;
  • Refrigerante;
  • Açúcar refinado;
  • Arroz branco;
  • Processados, como salsicha. 

Orientações médicas para quem foi diagnosticada com diabetes gestacional

“As mamães, a partir da 24ª semana de gestação, devem realizar o teste de tolerância à glicose específico para grávidas, pois ele revela um diagnóstico precoce. A partir do resultado, quando positivo, é preciso relatar ao obstetra, que a encaminhará para o acompanhamento de endocrinologia e nutrição".

Ainda segundo a médica, nem todas as gestantes necessitam de insulina. Cada caso é único e a equipe clínica que a acompanha irá avaliar qual o melhor tratamento, se alterações na dieta são o suficiente ou se é necessário adequar a alimentação aliada à medicação. Um fato comum para todas as grávidas é que a atividade física ajuda a controlar a glicemia. Por isso, aposte em exercícios leves e acompanhados por profissionais de educação física.

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