Nas comemorações de final de ano e durante as férias, com familiares, em casa ou na praia, o consumo de bebidas alcoólicas costuma ser comum. Mas você sabe como o seu excesso pode prejudicar o fígado? Bebidas alcoólicas fazem mal à saúde porque diminuem a eficácia do órgão para metabolizar e armazenar hormônios e nutrientes fundamentais. Além disso, o hábito frequente do ingerir álcool e em grandes quantidades pode provocar doenças hepáticas graves. Para evitar que a ingestão afete a região hepática, beba com moderação, alimente-se bem e hidrate-se nesse período de festividades.
Quais as principais doenças hepáticas?
As doenças mais comuns que atingem o fígado são as hepatites A, B e C, a esteatose hepática (ou gordura no fígado), a hepatopatia alcóolica, o câncer no fígado e a cirrose. Além dessas, outros exemplos menos comuns são as doenças que atingem as vias biliares intra-hepáticas e a cirrose biliar primária. A seguir, listamos algumas das patologias hepáticas mais frequentes.
Cirrose hepática
É um dano irreversível ao fígado, porque causa fibrose, que obstrui a passagem do sangue pelo órgão, o que impede que ele realize funções vitais, como purificar o organismo e os nutrientes absorvidos pelo intestino, provocando falência hepática. Entre os sintomas mais comuns estão acúmulo de líquido no abdome, sangramento intestinal, confusão mental e desnutrição. Vale ressaltar também que alguns quadros podem ser contornados com medicamentos e procedimentos especializados, mas sem a recuperação da função do órgão, a não ser que se realize um transplante hepático.
Hepatite alcoólica
É uma condição grave que causa a inflamação do fígado. Desse modo, a situação oferece risco para o paciente e requer hospitalização. Porém, a boa notícia é que há tratamento, mesmo que o órgão permaneça com sequelas, as chamadas fibroses.
Os principais indicativos do quadro são perda de peso, vômitos, dor na região do órgão, febre e fraqueza. Portanto, busque atendimento profissional ao perceber essas ocorrências.
Esteatose hepática
Trata-se do acúmulo de gordura no fígado, por meio de bolsas formadas no tecido hepático, o que aumenta o volume do órgão. Pode ser identificada por meio de exames de sangue, e o tratamento consiste na interrupção da ingestão de bebidas alcoólicas. Quando o consumo de álcool é suspenso, a esteatose hepática diminui e o organismo se restabelece.
Os sintomas e sinais mais comuns das doenças hepáticas são:
- coceira na pele;
- pele e olhos amarelados (icterícia);
- dor abdominal e inchaço;
- fezes claras ou esbranquiçadas;
- inchaço nas pernas e nos tornozelos;
- perda de apetite;
- urina escura;
- fadiga crônica;
- náuseas ou vômitos;
- lesões que ocorrem com facilidade.
Quais os riscos da bebida alcóolica para o fígado?
O volume de álcool que cada pessoa aguenta ingerir pode variar. Entretanto, na maioria das vezes, quanto maior o tempo e a quantidade consumida, mais chances de ocorrerem danos no fígado.
Segundo o Dr. Rodrigo Luz, hepatologista e coordenador do Centro Hepatobiliar do CHN, o consumo excessivo de álcool por vários anos, principalmente diário e contínuo, traz uma série de alterações no organismo, sobretudo no fígado. O órgão passa por uma fase na qual o metabolismo fica alterado e há acúmulo de gordura (a chamada esteatose, que pode ser causada pelo excesso de álcool e também ser oriunda da, obesidade, ou seja, não está ligada apenas ao consumo de bebidas alcoólicas), mudanças hormonais muito comuns em diabéticos e pré-diabéticos. Esse quadro, normalmente, não exibe sintomas expressivos.
O médico explica que o paciente não costuma perceber que está doente e, muitas vezes, o resultado do exame laboratorial é normal. “A inflamação vai provocar a cicatrização ou a tentativa de cicatrização, chamada de fibrose, que aumenta a rigidez do fígado e evolui, em muitos casos, para a cirrose. Como consequência, pode haver inflamação na veia porta, que tende a gerar uma série de problemas graves e deficiência hepática, com a necessidade da realização do transplante", destaca o Dr. Rodrigo.
Como manter a saúde do fígado protegida
Para se proteger contra doenças que prejudicam o fígado, é preciso cultivar ações diárias de prevenção. Conheça aqui medidas eficazes:
-
consuma bebidas alcóolicas com moderação;
-
não compartilhe seringas;
-
use preservativos;
-
tome as vacinas contra as hepatites;
-
use medicamento apenas com indicação médica;
-
pratique atividades físicas;
-
conserve o peso ideal para sua idade e altura;
-
não fume.
Mantenha também as consultas e os exames médicos de rotina em dia. Por meio deles, o especialista pode avaliar a necessidade de novos exames e tratamentos, caso haja indicação. Alguns exames podem ajudar no diagnóstico de certas doença hepática:
- exames de sangue, incluindo os chamados testes de função do fígado;
- ressonância magnética;
- ultrassonografia;
- tomografia computadorizada;
- biópsia.
Como tratar as doenças hepáticas
O tratamento desses quadros é feito com medicamentos, alterações na alimentação e rotina. Em casos mais graves, porém, pode ser necessária alguma intervenção cirúrgica. O diagnóstico precoce das doenças hepáticas aumenta as chances de cura e evita o surgimento de complicações, por isso fique sempre atento aos sintomas.