Atualmente, as doenças cardiovasculares são consideradas a principal causa de morte não obstétrica em gestantes - segundo dados recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS). Contudo, o avanço no aperfeiçoamento de métodos para diagnóstico e nas alternativas terapêuticas têm favorecido uma mudança significativa no tratamento das doenças cardiovasculares durante a gravidez, possibilitando uma maior expectativa e qualidade de vida para as mulheres.
Segundo a dra. Marcia Lopes, cardiologista do CHN, a gravidez provoca na mulher uma série de mudanças e alterações hormonais que são fundamentais para o desenvolvimento adequado da gestação. Porém, no caso de mulher que tem doenças cardiometabólicas ou cardiovasculares, pode agravar ou até mesmo revelar uma doença cardíaca previamente desconhecida.
"O ideal é que a paciente já faça um acompanhamento cardiológico desde antes da gravidez. Ele permite avaliar a saúde do coração e já identificar doenças cardiovasculares que podem impactar na saúde da mulher durante a gravidez. Caso seja diagnosticada alguma doença cardiovascular antes de engravidar, a mulher já pode iniciar o tratamento ou intervenção que solucione ou minimize os riscos"
A avaliação cardiológica como parte da rotina de cuidados é essencial para avaliar a saúde não só de pacientes que já tenham doença cardiovascular, como também de toda a população como medida preventiva. Isso se torna ainda mais importante no caso das mulheres com idade mais avançada com histórico de hipertensão arterial, diabetes, tabagismo, sedentarismo e obesidade - considerados fatores de risco para doenças cardiovasculares.
Doenças cardiovasculares mais comuns na gravidez
- Hipertensivas;
- Descompensação das cardiopatias congênitas;
- Descompensação das doenças orovalvares adquiridas;
- Cardiomiopatia periparto;
- Dissecção aórtica;
- Infarto
A avaliação da gestante com doença cardiovascular inclui seu histórico clínico e exame físico bem detalhados com atenção especial aos sintomas, já que alguns deles podem ser confundidos com sintomas comuns da gestação, como cansaço, palpitação e inchaço dos membros inferiores. A realização de exames complementares, como ecocardiograma transtorácico e Holter, podem ser necessários.
Segundo a dra, Márcia, a determinação do risco da gestante deve ser pensado de acordo com a gravidade da cardiopatia. Nas mulheres cardiopatas que fazem uso de medicações, talvez seja necessário ajustar ou suspender alguns remédios contra indicados no período da gestação.
Para diminuir os riscos aos quais a gestante com doença cardíaca está submetida, é muito importante que a paciente seja acompanhada por uma equipe especializada em doença cardíaca da gestação e possa contar com um centro com recursos para atender as condições de alto risco.
Cardiologia da mulher no CHN
O CHN dispõe de um centro dedicado à cardiologia da mulher com equipe multidisciplinar especializada no cuidado tanto da gestante cardiopata de alto risco quanto do bebê e família, composta por cardiologistas, anestesistas com conhecimento na fisiologia materna, obstetras, pediatras e neonatologistas. Além disso, o hospital conta com um centro de diagnóstico de imagens avançado, terapia intensiva e outros serviços para acompanhar a saúde da paciente. Para obter mais informações, entre em contato com a nossa Central de Atendimento pelo número (21) 2729-1000 (opção 1).