O autoexame de mamas e os exames preventivos, como a mamografia, têm um papel muito importante na vida das mulheres. Eles são essenciais para realizar o diagnóstico precoce do câncer de mama, ou seja, ainda nos primeiros estágios de desenvolvimento da doença – o que aumenta as chances de sucesso no tratamento. Conscientizar sobre a importância desses exames é um dos grandes objetivos do Outubro Rosa, campanha mundial que tem o câncer de mama como foco principal de discussões e ações envolvendo pacientes e médicos.
Números demonstram que o câncer de mama, de maior incidência entre o público feminino, é uma doença universal com mais de dois milhões de casos por ano no mundo. Os avanços na medicina, associados ao diagnóstico precoce, têm possibilitado maiores taxas de sucesso nos tratamentos realizados em fases iniciais da doença.
Segundo o Dr. André Vallejo, mastologista do CHN, quando diagnosticado na fase inicial, conhecida como câncer intraductal, os índices de cura se aproximam dos 100% se tratado adequadamente. Mesmo que já exista algum grau de invasão da glândula mamaria, mais de 95% das pacientes podem ser curadas o diagnóstico for precoce. Quanto mais se deixar a doença avançar, menores as chances de cura", explica.
Importância do autoexame
Apesar de não poder ser substituído por um exame clínico da mama, que deve ser realizado por um médico, a mulher pode perceber alterações na textura e formato do seio ao fazer o autoexame regularmente. Um dos sinais que podem ser identificados são caroços no seio ou embaixo dos braços que podem ou não causar dor. Segundo o Dr. André, nem sempre isso significa que haja um câncer em desenvolvimento, mas é melhor investigar com um médico especialista.
Quando realizar uma mamografia?
As mulheres com 40 anos ou mais devem consultar-se anualmente para a realização de exame das mamas. A mamografia é um exame de raio-x capaz de detectar o câncer mesmo se o tumor for bem pequeno, sendo essencial para o diagnóstico em fases iniciais e um tratamento precoce.
Fatores de risco para o câncer de mama
Não há apenas uma causa para a doença, no entanto a idade é um importante fator de risco; quatro em cada cinco mulheres com câncer têm mais de 50 anos. Segundo o Ministério da Saúde, os principais fatores de risco para câncer de mama são:
Fatores ambientais e comportamentais: obesidade e sobrepeso após a menopausa; sedentarismo e inatividade física; consumo de bebida alcoólica em excesso e exposição frequente a radiações ionizantes (Raios-X).
Fatores da história reprodutiva e hormonal: primeira menstruação antes de 12 anos; não ter tido filhos; primeira gravidez após os 30 anos; parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos; uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona) e ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos.
Fatores genéticos e hereditários: história familiar de câncer de ovário; casos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos; história familiar de câncer de mama em homens e alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2.
Novidades nos tratamentos
De acordo com o Dr. André, os grandes avanços no tratamento cirúrgico vieram da junção de técnicas de cirurgia reconstrutiva com as cirurgias oncológicas da mama, que têm permitido evitar a ocorrência de sequelas cosméticas. Em alguns casos, isso proporciona uma melhora estético-funcional em relação ao aspecto inicial da paciente. Em relação ao tratamento clínico, a melhor compreensão de como células normais se transformam em tumores malignos permitiu o desenvolvimento de novos tratamentos que agem no metabolismo celular, permitindo abordagens mais efetivas com menos efeitos colaterais.
Como fatores familiares, psicológicos e atendimento humanizado contribuem para o tratamento
O diagnóstico de câncer, mesmo em fases iniciais, pode causar grande impacto psicológico na paciente. Uma estrutura familiar que dê suporte emocional é, sem dúvidas, uma das contribuições mais importantes que os não profissionais da medicina podem prover. O apoio de profissionais de psicologia muito acrescenta às pacientes que precisam de uma orientação mais pessoal, principalmente em relação às suas incertezas e receios durante o tratamento.
Além dos exames, o que é possível fazer para se prevenir?
Segundo o Ministério da Saúde, aproximadamente 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com um estilo de vida saudável que inclua:
- Boa alimentação;
- Peso corporal adequado;
- Praticar atividade física,
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
- Amamentar;
- Evitar reposição hormonal.
Serviço de Oncologia do CHN
O serviço de cirurgia oncológica do CHN possui um setor de Mastologia preparado para diagnosticar e tratar doenças relacionadas à mama, incluindo câncer de mama em diversos estágios. Nossas equipes médicas e multidisciplinares estão aptas a receber as pacientes com o auxílio das técnicas mais modernas em cirurgia mamária, especialmente em casos com diagnóstico precoce. Promovemos o tratamento multidisciplinar da doença, envolvendo mastologistas, radiologistas, oncologistas, psicólogos, enfermeiros, médicos nucleares e outros profissionais que possam fazer a diferença ao longo do tratamento.