A ultrassonografia costuma ser uma das primeiras formas de contato mais íntimo entre os futuros pais e seu bebê. A versão mais simples do exame, que pode ser feita durante todo o pré-natal, revela as primeiras imagens dentro do útero, já a ultrassonografia morfológica dá ainda mais detalhes da anatomia sendo usada para saber muitas informações sobre o bebê, como saber se a idade gestacional está compatível com seu desenvolvimento e se ele possui alguma doença ou malformação fetal.
Segundo o dr. Marcelo Burlá, coordenador da medicina fetal e consultor científico da maternidade do CHN, a ultrassonografia morfológica, também conhecida como Ecografia Morfológica Fetal, pode ser realizada a partir do segundo trimestre da gravidez (entre a 20 e a 24ª semanas) e é uma importante ferramenta no acompanhamento do bebê. Através do exame, que dura cerca de 40 minutos e não é invasivo, é possível avaliar órgãos internos e o tamanho do bebê, confirmar o sexo, monitorar seus batimentos cardíacos e detectar, de forma precoce, se algo fora do comum está acontecendo.
“Ele também é essencial para a detecção de malformações congênitas, ou seja, que acompanham o bebê desde o nascimento até, muitas das vezes, a vida adulta. O exame pode ser feito em gestantes tanto de baixo quanto de alto risco e normalmente são realizadas duas ultrassonografias morfológicas até o final da gravidez, mas esse número pode aumentar dependendo da necessidade de avaliação do obstetra"
No caso do rastreio de anomalias congênitas, o exame é repetido principalmente quando o médico tem alguma suspeita proveniente do resultado de algum exame anterior que possa indicar algum problema no desenvolvimento do bebê ao longo da gestação. Como a ultrassonografia morfológica entrega imagens de alta resolução através de um aparelho moderno de ultrassom, é possível detectar com precisão essas alterações e se houve alguma mudança desde o último exame.
Anomalias fetais que podem ser detectadas na ultrassonografia morfológica
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Síndrome de Down;
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Anencefalia;
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Hidrocefalia;
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Hérnia Diafragmática;
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Espinha Bífida;
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Alterações nos órgãos.
Uma vez indicada a anomalia fetal durante o exame, o obstetra que faz o pré-natal pode solicitar exames complementares para confirmar o diagnóstico. Assim que recebe a confirmação, o resultado é comunicado aos pais e o obstetra mantem um acompanhamento frequente com a gestante para avaliar a saúde do bebê dentro do útero e uma possível evolução da doença ou anomalia. Dependendo do quadro, o preparo dos pais desde a gestação melhora o bem-estar e a qualidade de vida do bebê ao longo de seu crescimento até a fase adulta.