Na maioria das vezes, uma gestação em que o bebê está completamente formado e com seu organismo funcionando como esperado costuma durar entre 37 e 42 semanas. Quando o nascimento ocorre antes desse período, o bebê é considerado prematuro – ou pré-termo – e pode precisar de cuidados especiais ainda na maternidade.

Segundo o dr. Marcelo Burlá, coordenador da medicina fetal e consultor científico da maternidade do CHN, a prematuridade pode ser classificada em três níveis: prematuro moderado, quando nasce entre 32 e 37 semanas; muito prematuro, quando nasce entre 28 e 32 semana; e prematuro extremo, quando o nascimento ocorre antes das 28 semanas de gestação. Quanto mais cedo o bebê nascer, maiores são as chances dele ter complicações de saúde devido à imaturidade formação de estruturas fundamentais no organismo, como os órgãos. 

Principais complicações apresentadas por bebês prematuros

• Anemia;

• Problemas respiratórios e imunológicos;

• Persistência do canal arterial (doença cardiovascular mais comum em prematuros);

• Retinopatia (má formação do sistema ocular que pode causar cegueira);

• Dificuldade nos reflexos de deglutição e sucção, o que prejudica a alimentação;

• Quadros neurológicos.

“Existem vários motivos que podem induzir um nascimento prematuro, desde malformações do bebê dentro do útero à gravidez múltipla, ou seja, quando a gestante carrega mais de um bebê em seu útero. Quadros de hipertensão, diabetes ou infecção na futura mãe também podem causar a prematuridade”

Quando um bebê considerado prematuro nasce, são grandes as chances dele precisar de cuidados especiais na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. É através do acompanhamento médico a partir das primeiras horas de vida que os médicos especialistas conseguem avaliar a saúde do bebê e sua evolução com os tratamentos sugeridos. Como manter a temperatura corporal é mais difícil para o pré-termo, ele é mantido a maior parte do tempo em uma incubadora e tem seus sinais vitais (como batimentos cardíacos, pressão arterial e frequência de respiração) monitorados o tempo todo. 

“Através de alguns exames, como hemograma, raio X de tórax, ultrassom, avaliação oftalmológica e hemogasometria arterial (que avalia a concentração de oxigênio no sangue), eles conseguem detectar possíveis malformações ou complicações que tenham potencial para se transformarem em problemas sérios”

Nos próximos dias após o nascimento, a equipe médica multidisciplinar, formada por neonatologistas, nutricionistas, fisioterapeutas e outros profissionais, avaliará de perto a saúde deste bebê. Segundo o dr. Marcelo, os pais também são envolvidos nessa rotina, com a mãe sendo encorajada a visitar a UTI Neonatal para estimular a amamentação e estar sempre próxima ao seu bebê.

Na volta para casa após a alta hospitalar, a família deverá adotar uma série de cuidados com a saúde do bebê prematuro e seguir as orientações dadas pela equipe médica. Geralmente esses cuidados incluem suplementação alimentar, reforço na higienização para diminuir as chances de contágio por vírus e bactérias, restrição de visitas ao bebê e seguir um calendário de vacinação específico para prematuridade.