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Vacina: a importância da imunização contra doenças

Manter as vacinas em dia possibilita a prevenção em todas as idades
CT
Dra. Christine Tamar - Pneumologista pediátrica Atualizado em 09/06/2021

A busca por uma vacina contra a Covid-19 tem sido um dos principais assuntos deste ano, evidenciando a importância da imunização para deter algumas doenças. O Dia da Imunização, comemorado em 9/6, foi criado pelo Ministério da Saúde para conscientizar a população sobre a necessidade de manter a vacinação sempre em dia, tanto de crianças quanto de adultos, para proteger a saúde de vírus e bactérias e manter algumas doenças erradicadas, como a varíola e a poliomielite.

Segundo o Ministério da Saúde, as vacinas são criadas com agentes imunizadores, que são produzidos com os organismos que causam as doenças (vírus e bactérias). Eles são injetados ou ingeridos para que produzam anticorpos contra os componentes que formam a vacina, a chamada “imunização ativa”. Quando o corpo produzir os anticorpos, também produzirá células para combater a doença. Assim, quando o organismo é novamente infectado, ele é capaz de fabricar as células de defesa de forma rápida para impedir o progresso da patologia.

É importante destacar que a vacina atua como prevenção, e não na cura de doenças, por isso, deve ser aplicada antes que ocorra a contaminação. Outro fato é que algumas vacinas protegem não apenas o paciente vacinado, como também outras pessoas ao redor. De acordo com a Dra. Christine Tamar, coordenadora da Pediatria do CHN, é na infância que a maioria das vacinas é aplicada por causa da necessidade de fortalecer o sistema imunológico infantil. Quanto antes a criança ficar imune, melhor para a saúde dela.

Para os recém-nascidos, tanto as primeiras vacinas quanto as vacinas recebidas por sua mãe durante a gestação são fundamentais para a prevenção de doenças. Isso porque seu sistema imunológico ainda é bastante frágil e suscetível a infecções. Nas crianças de até 10 anos, devem ser aplicados vacinas e seus reforços para evitar que a exposição na escola, por exemplo, facilite o contágio de doenças como difteria, coqueluche, tétano e influenza.

Já os adolescentes precisam estar protegidos contra a meningite meningocócica, já que fazem parte do grupo de maior risco para a doença. Nessa idade, meninos e meninas também devem receber a imunização contra o vírus HPV, responsável por mais de 90% dos casos de câncer anal e 63% de câncer de pênis. O HPV também é um dos principais causadores do câncer do colo do útero que, em 2018, atingiu 570 mil mulheres em todo o mundo.

As vacinas são importantes e necessárias não apenas na infância, mas durante toda a vida. Como para idosos contra gripe, pneumonia e tétano; mulheres em idade fértil contra rubéola e tétano; profissionais de saúde; pessoas que viajam muito e outros grupos de pessoas também têm recomendações para receberem vacinas específicas. 

Principais vacinas que devem ser tomadas ao longo da vida

Crianças

  • BCG - formas graves de tuberculose

  • Hepatites A e B

  • Pentavalente - difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b

  • VIP/VOP - poliomielite (paralisia infantil)

  • Pneumocócica 10-valente - contra dez subtipos da bactéria pneumococo

  • Rotavírus

  • Meningocócica C - meningite C

  • Febre amarela

  • Tríplice viral - sarampo, rubéola e caxumba

  • Influenza - gripe (Influenza e H1N1)

  • HPV

Adultos

De acordo com o Ministério da Saúde, depois dos 20 anos, a pessoa precisa ter sido vacinada pelo menos contra sarampo, caxumba, rubéola, hepatite B, febre amarela, difteria e tétano.

Idosos

Já os idosos precisam tomar as seguintes vacinas: gripe e pneumococo. É importante manter a caderneta de vacinação em fácil acesso para saber quais vacinas já foram tomadas, mas caso tenha perdido e não se lembre de quais já foram ministradas, considere a aplicação de todas as doses necessárias à sua idade. A imunização por meio de vacinas tem excelentes resultados.

Novidades em relação às vacinas em 2020

De acordo com a Dra. Christine Tamar, com a intenção de melhorar a cobertura vacinal brasileira, o Ministério da Saúde promoveu duas ampliações no Calendário Vacinal Nacional para 2020. A primeira diz respeito à febre amarela, que, apesar de uma dose ser capaz de imunizar por toda a vida, quando utilizada em crianças muito novas, a eficácia pode ser comprometida. Por esse motivo, houve uma nova recomendação de reforço aos 4 anos. Além disso, todo o território nacional passou a ser prioritário para a vacinação.

Outra mudança foi a ampliação da cobertura em relação à influenza: agora, adultos entre 55 e 59 anos também estão no grupo-alvo. Os grupos prioritários anteriores permanecem cobertos. Além das ampliações, o ministério incluiu uma nova vacina: a meningocócica ACWY conjugada, que substituiu o reforço da meningocócica C para os adolescentes de 11 e 12 anos e previne os quatro sorotipos da meningite bacteriana: A, C, W e Y.

Estatísticas dos últimos anos

Ainda segundo a médica, em geral, a meta de vacinação estimada é de 90% a 95% da população. Desde 2016, foram observadas quedas desse percentual em diversas faixas etárias. Em média, estima-se o seguinte percentual de cobertura vacinal: 84,4% em 2016; 83,4% em 2017; 74% em 2018; 77% em 2019 e 48% em 2020. Segundo o Ministério da Saúde, mais da metade das cidades brasileiras não tem cobertura adequada para a maioria das vacinas do calendário nacional. Apenas 44,6% dos municípios alcançaram a meta estipulada para a poliomielite, assim também ocorreu com a hepatite A, BCG (que previne contra formas graves da tuberculose), rotavírus, meningocócica C e pentavalente. Com a pandemia, a procura foi ainda menor. Ela explica que a não vacinação pode provocar a morte e o sofrimento de milhões de pessoas. Uma pessoa que decide não se vacinar ou vacinar seus filhos pode colocar em risco sua comunidade inteira, não sendo, portanto, uma atitude sem consequências.

Escrito por
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Dra. Christine Tamar

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