Popular entre as crianças de várias idades, a slime também virou febre na internet em inúmeros tutoriais. Embora possa ser comprada pronta, a criançada prefere exercitar a criatividade e fazer sua própria geleca em casa seguindo receitas que misturam produtos com substâncias químicas diversas, o que pode oferecer riscos à saúde.
O perigo está nos ingredientes, pois a maioria das receitas da slime inclui bórax (borato de sódio) e água boricada, além da cola branca, que é ingrediente utilizado para criar a “base” da geleca. Dra. Christine Tamar, chefe da Pediatria do CHN, explica que o bórax é uma substância alcalina (com pH alto) e tende a danificar a camada de gordura protetora da pele, o que pode causar o surgimento de lesões avermelhadas, que coçam e ardem, e até dermatite de contato, que é uma reação que se assemelha a uma queimadura de pele e causa descamação.
“Além disso, o contato com o bórax em quantidades acima do recomendado pode causar problemas como cólicas estomacais, vômitos, diarreia e irritações nos olhos”, alerta a pediatra.
Outros ingredientes combinados nas receitas, somados ao longo tempo de preparo e exposição aos produtos também podem causar problemas, como irritações em peles mais sensíveis. Dependendo da forma de manuseio, tempo e quantidades utilizadas dos ingredientes da slime caseira pode-se ter uma receita potencialmente nociva. Por isso, é fundamental acompanhar todos os processos de confecção da slime junto com as crianças, mas, mesmo assim, não é possível garantir que o produto será inofensivo.
As “gelecas” industrializadas que têm o selo do Inmetro já foram testadas e aprovadas, diminuindo assim os riscos de causar algum tipo de dano à saúde da criança.