Do nervosismo por uma prova importante à euforia ao esperar por uma viagem planejada, todo mundo já experimentou a ansiedade alguma vez na vida. Entretanto, quando a ansiedade é muito intensa e interfere no bem-estar a ponto de gerar crises, é preciso buscar ajuda.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que a população brasileira está no topo dos países mais ansiosos do mundo – são 18 milhões de pessoas! – e isso se agravou durante a pandemia do coronavírus. Ainda hoje, mesmo sem restrições e com a rotina voltando ao “normal”, muitas pessoas continuam lidando com as crises de ansiedade, que muitas vezes podem ser confundidas com questões cardiovasculares. Com auxílio da psicóloga do CHN, Marcely Quirino, explicamos os principais aspectos desse distúrbio mental.

O que é crise de ansiedade?

A crise de ansiedade pode ser caracterizada como um estado súbito de intenso medo, angústia, pessimismo ou tensão. 

O que causa a crise de ansiedade?

Ainda não é possível precisar o que causa a ansiedade, porém os seguintes fatores podem dar início à uma crise:

• Abuso de álcool e drogas;
• Acúmulo de estresse;
• Eventos traumáticos;
• Pessoas com comportamento perfeccionista;
• Predisposição genética.

Quais são os sintomas da crise de ansiedade?

A crise de ansiedade gera sintomas psicológicos e físicos, como:

• Angústia;
• Boca seca;
• Calafrios;
• Crise de choro;
• Desconforto abdominal;
• Diarreia;
• Dor no peito;
• Dores musculares;
• Falta de ar;
• Formigamento nas mãos;
• Hiperventilação (respiração acelerada);
• Insônia;
• Medo;
• Náusea;
• Sudorese;
• Taquicardia (batimentos acelerados);
• Tonturas;
• Tremores (tremedeira).

Como diferenciar a crise de ansiedade de infarto ou AVC?

Alguns dos sinais mais frequentes durante uma crise de ansiedade também são comuns em casos de infarto e acidente vascular cerebral. Sendo assim, ao notar os sintomas mencionados acima, o paciente deve procurar um serviço de emergência rapidamente para que um médico o examine e chegue a um diagnóstico.

Quanto tempo dura uma crise de ansiedade?

Não é possível determinar a duração de uma crise de ansiedade, pois varia de uma pessoa para outra.

Como ajudar uma pessoa com crise de ansiedade?

O primeiro passo para ajudar uma pessoa em crise é não julgá-la e respeitar seus sentimentos, pois cada pessoa reage às situações de forma única. Independentemente do gatilho que ativou os sintomas, o paciente precisa se sentir seguro e acolhido. Confira algumas dicas:

• Controle da respiração: peça para que ele contraia e relaxe os músculos do corpo todo (um a um) enquanto respira. O famoso “inspire-expire” também funciona;
• Seja gentil: demonstre que se importa com o que a pessoa tem a dizer e que vai permanecer ali pelo tempo que for necessário. Caso sinta abertura, segure suas mãos delicadamente para se mostrar presente;
• Respeite suas demandas: não peça calma e pergunte se ela deseja falar sobre o que está pensando. Escute atentamente e não minimize o sofrimento, nem abuse do otimismo ou da religiosidade;
• Não ofereça medicamentos não prescritos: somente o psiquiatra pode indicar remédios e isso é feito com base nas particularidades de cada paciente.

Quando buscar atendimento médico?

É importante buscar atendimento médico desde o momento em que a pessoa percebe que os sintomas são parecidos com as manifestações de uma crise de ansiedade.

“A pessoa não consegue trabalhar, nem fazer as suas atividades rotineiras da vida. Então, é importante buscar ajuda psiquiátrica e psicológica de maneira preventiva e não aguda. Aqueles que buscam atendimento de emergência, quando constatado que os sintomas não estão relacionados a condições cardiovasculares, já saem com indicação para acompanhamento com um psicólogo”, detalha a especialista.

Qual é o tratamento para crises de ansiedade?

Segundo Marcely, o tratamento mais indicado para crises de ansiedade é o acompanhamento psiquiátrico e psicológico. “Neste último, a melhor abordagem é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que trabalha aspectos mais assertivos dentro do processo de psicoeducação das emoções frente ao transtorno de ansiedade, quando esta é diagnosticada”, detalha. 

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