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Pessoas com excesso de peso devem adotar cautelas especiais durante a pandemia

Ao menos 20% dos brasileiros estão nesse grupo de risco para a Covid-19
CS
Dra. Cíntia Santos - Endocrinologista Atualizado em 29/06/2020

A obesidade é uma doença crônica, progressiva e recidivante que atinge 600 milhões de adultos e 100 milhões de crianças no mundo. No Brasil, já acomete um em cada cinco habitantes, e mais da metade da população está acima do peso, de acordo com dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), publicados em 2019. Além disso, estudos recentes sobre a doença relatam que pode haver uma relação entre obesidade e as formas mais graves da Covid-19

Segundo a dra. Cíntia Santos, endocrinologista do Complexo Hospitalar de Niterói, pacientes com obesidade constituem um dos grupos de risco mais suscetíveis às complicações do novo coronavírus, e existem casos de óbito de jovens aparentemente saudáveis e que não apresentavam doenças graves, mas que foram acometidos de forma grave pela Covid-19 em razão das complicações da obesidade. Foi observado que uma pessoa obesa pode apresentar até duas vezes mais probabilidades de ser hospitalizada, além de ter maior risco de internação em UTI.

Limitações

“O aumento da gordura na região do tórax e o volume abdominal desses indivíduos dificultam a expansão completa do pulmão, levando à fadiga da musculatura respiratória e prejudicando a entrada e a saída de ar dos pulmões, o que pode facilmente culminar em problemas respiratórios", esclarece a endocrinologista do Complexo Hospitalar de Niterói.

Além disso, a obesidade pode ser considerada um processo crônico de alto grau inflamatório, o que afeta o funcionamento das células e facilita o ataque do coronavírus. Outro agravante é o fato de a Covid-19 também causar inflamações. Dessa forma, a gravidade pode ser maior para o paciente com excesso de peso, que soma o processo inflamatório crônico da doença em si às inflamações causadas pelo coronavírus.

Cuidados especiais

Orientações como permanecer dentro de casa (sem furar o isolamento social), evitar aglomerações e ambientes fechados, lavar as mãos com frequência, higienizar superfícies e desinfetar todas as embalagens que venham de fora da residência permanecem, no entanto, essas pessoas devem segui-las à risca, por estarem no grupo de maior risco.

Investir em alimentos que possam contribuir para aumentar a imunidade de forma natural e, consequentemente, fortalecer as defesas é uma medida importante, bem como evitar alimentos industrializados. Nessa linha saudável, as frutas, as verduras e os legumes devem ter prioridade no cardápio do dia a dia, assim como a hidratação adequada.

Por esse momento ser propício à inatividade física e ao aumento do sedentarismo, deve ser prioridade buscar formas de se exercitar em casa, assim como manter o uso regular de qualquer medicamento já prescrito anteriormente pelo médico. Se houver a presença de sintomas característicos da Covid-19, como febre, falta de ar e cansaço, o paciente deve procurar imediatamente uma unidade hospitalar para receber orientação médica.

Fonte: Dra. Cíntia Santos, endocrinologista do Complexo Hospitalar de Niterói.

Escrito por
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Dra. Cíntia Santos

Endocrinologista
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