A esclerose múltipla é uma das doenças sem causa definida que mais têm sido alvo de estudos de cientistas no mundo todo. Recentemente, o tema entrou em pauta no Brasil por causa da atriz e comediante Claudia Rodrigues, que é portadora da condição há quase 20 anos. Trata-se de uma doença inflamatória, neurológica, crônica e autoimune. Em outras palavras, as células de defesa do organismo confundem as células saudáveis com invasoras e atacam o próprio sistema nervoso central, causando lesões cerebrais e medulares. As pessoas mais afetadas por essa doença são mulheres de 20 a 40 anos.
Os principais sintomas que a esclerose múltipla pode provocar são: visão turva ou dupla; fadiga intensa; formigamento; fraqueza; dificuldade de equilíbrio e coordenação motora; espasmos musculares; dor crônica; alterações de humor; dificuldades cognitivas; problemas sexuais e incontinência urinária. Nos estágios iniciais, a doença pode ser difícil de detectar, já que os sinais aparecem com intervalos e o paciente pode ficar meses ou anos sem nenhum indício da doença. Pacientes em estágio grave de esclerose múltipla podem perder a capacidade de andar ou falar normalmente.
De acordo com o dr. Marcus Tulius, neurologista e pesquisador do CHN, é preciso estar atento desde o início aos sinais da doença, que não podem ser negligenciados. “Algumas pessoas quando passam a apresentar os sintomas iniciais, como visão turva e alteração do controle da urina, os ignoram, já que eles desaparecem em alguns dias. Conforme a condição evolui, os sinais também progridem", arma o médico.
Dados apontam que aproximadamente 2,5 milhões de pessoas no mundo sofrem de esclerose múltipla. Apesar de não se saber a origem da doença e a cura não ter sido descoberta ainda, existem tratamentos fundamentais para o controle dos sintomas e o retardamento da progressão da doença.
Assim que a doença é diagnosticada, os principais objetivos do tratamento são amenizar a fase aguda e aumentar o intervalo entre as crises. Os corticosteroides são fármacos bastante utilizados para reduzir a intensidade das crises, enquanto os imunossupressores e os imunomoduladores ajudam a aumentar o tempo entre um episódio e outro. O médico também aponta que a fisioterapia, em conjunto com a medicação, é aconselhada em muitos casos.