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Lúpus tem cura? Tire todas suas dúvidas sobre a doença

Ao contrário do que muitos imaginam, o lúpus não é um tipo de câncer e sim uma doença autoimune
GB
Dr. Guilherme Brezenski - Reumatologista Atualizado em 28/07/2023

Lúpus é uma doença inflamatória autoimune, ou seja, acontece quando o sistema imunológico ataca seus próprios tecidos e órgãos. 

A condição pode afetar articulações, pele, coração, rins e sistema nervoso (central e periférico).  Se não for tratada adequadamente, pode levar ao óbito. 

A seguir, veja detalhes sobre os tipos de lúpus, como é feito o diagnóstico e formas de tratamento.  

 

Lúpus: o que é?

O Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune.   

É mais frequente em mulheres e na população jovem (entre 16 e 45 anos), embora possa ocorrer também em crianças e idosos. 

Pode acometer múltiplos órgãos de forma rápida ou lenta e progressiva, variando com fases de atividade e de remissão.  

Apesar do que muitas pessoas acreditam, é importante destacar que o lúpus não é um tipo de câncer no sangue, mas trata-se de uma doença autoimune. 

As causas do lúpus não são totalmente conhecidas, mas sabe-se que envolvem fatores hormonais, infecciosos, genéticos e ambientais.  

 

Quais são os tipos de lúpus?

Os principais tipos de lúpus são:  

Lúpus cutâneo 

Ocorre quando a doença fica restrita à pele. O indivíduo apresenta lesões arredondadas, vermelhas e que descamam em regiões, como rosto, tronco e couro cabeludo.  

A lesão mais característica é o rash malar (ou lesão em aspecto de” asa de borboleta”), que acomete as bochechas e o nariz. 

A forma mais comum é a discoide, caracterizada por lesões avermelhadas, endurecidas e descamativas, e que podem deixar cicatrizes. 

 

Lúpus eritematoso sistêmico  

É o tipo mais comum da doença e acontece quando o lúpus atinge todo o organismo. Portanto, compromete diversos órgãos e sistemas, como pele, rins, pulmões, sangue, articulações e sistema nervoso (central ou periférico).  

 

Lúpus induzido por drogas 

Surge quando o indivíduo usa alguns tipos de drogas e/ou medicamentos que provocam inflamação com sintomas semelhantes com o lúpus. A doença costuma desaparecer após a suspensão da substância desencadeante.  

Lúpus neonatal 

Bastante raro, ocorre em recém-nascidos de mulheres que têm lúpus. A doença é adquirida com a passagem de anticorpos da mãe para a criança por meio da placenta.  

Quais são os sintomas de lúpus?

 Os sintomas de lúpus variam entre os indivíduos, dependendo dos sistemas acometidos e da fase de atividade ou remissão da doença.   

Entre os sintomas mais comuns de lúpus, podemos citar:  

  • Fadiga;  

  • Febre;  

  • Dor nas articulações;  

  • Rigidez muscular; 

  • Inchaços;  

  • Vermelhidão na face em forma de borboleta (rash cutâneo);  

  • Lesões na pele;  

  • Dificuldade para respirar;  

  • Dor de cabeça;  

  • Gânglios aumentados;  

  • Queda capilar; 

  • Aftas ou úlceras orais;  

  • Inflamação das membranas que recobrem o pulmão (pleurite) e coração (pericardite);  

  • Acometimento renal (nefrite);  

  • Alterações neuropsiquiátricas, como depressão e psicoses;  

  • Alterações dos nervos periféricos e da medula espinhal;  

  • Trombose venosa; 

  • Sintomas hematológicos, como modificações nas células do sangue, após os anticorpos atacarem os glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos e/ou plaquetas.  

Como é o diagnóstico?

O diagnóstico é realizado pelo médico após avaliação clínica do paciente, quando ele verifica os sintomas e solicita exames físicos e laboratoriais, como sangue e urina.  

A presença do FAN (fator ou anticorpo antinuclear), quando positiva, e em quantidades elevadas, complementa o diagnóstico.  

Outros testes laboratoriais que confirmam a doença são os anticorpos anti-Sm e anti-DNA, que são específicos do lúpus. 

 

Lúpus tem cura?

Não. Mas o tratamento do lúpus visa controlar os sintomas, melhorando a qualidade de vida da pessoa e varia de acordo com o tipo e gravidade da doença.  

 Entre as medidas terapêuticas que podem ser adotadas, estão:  

  • Uso de protetor solar e evitar exposição à luz ultravioleta (como a luz solar e/ou lâmpadas fluorescentes); 

  • Exercício físico regular; 

  • Parar de fumar; 

  • Uso de corticoides (via oral ou endovenosa);   

  • Uso de hidroxicloroquina; 

  • Uso de imunossupressores para controle e remissão do quadro, a depender da gravidade da doença;   

Qual especialista procurar

O reumatologista é o especialista responsável por problemas inflamatórios, nas articulações ou nos tecidos que as cercam e é indicado para tratar pacientes com lúpus.  

Em caso de suspeita da doença, agende sua consulta com um reumatologista do CHN (Complexo Hospitalar Niterói).

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Dr. Guilherme Brezenski

Reumatologista
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