O sedentarismo é um comportamento que impacta de forma muito negativa a saúde de qualquer pessoa, sendo considerado fator de risco para diversas doenças sérias – como o diabetes tipo 2 e vários tipos de câncer. Um estudo americano, publicado na revista JAMA Oncology, reforçou que além de terem mais chances de desenvolver o câncer, pacientes que não se exercitam regularmente têm maior risco de morte.
Conduzida por pesquisadores do MD Anderson Cancer Center, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, a pesquisa, que teve início em 2002, contou com a participação de mais de 30 mil homens e mulheres de, no mínimo, 45 anos no início do estudo, que tiveram seus hábitos diários monitorados. Entre eles estavam pessoas consideradas saudáveis e outras com problemas cardiovasculares, diabetes e outras comorbidades. Ao final, entre os muitos resultados analisados, foi visto que pacientes com perfil sedentário, que passavam até 13 horas por dia sentados e não se exercitavam, apresentaram 82% mais chances de falecer em decorrência do câncer em comparação aos pacientes que se exercitavam de forma contínua.
Segundo o dr. Leonaldson Castro, coordenador do Serviço de Cirurgia Oncológica do CHN, o exercício físico regular traz benefícios à saúde tanto da pessoa que não tem diagnóstico de câncer quanto do paciente oncológico. Além de fortalecer a resistência física, ele evita a sarcopenia (perda de massa muscular), o que ajuda diretamente o paciente a obter resultados melhores durante o tratamento.
“De forma geral, a atividade física, aliada à uma alimentação balanceada, ajuda a reduzir o sobrepeso, diminui a pressão arterial, auxilia no controle da glicemia, fortalece as articulações e os ossos e libera hormônios que promovem a felicidade, trazendo um sentimento de alegria e bem-estar e afastando o estresse do dia a dia"
É importante lembrar que qualquer prática de atividade física, seja um esporte, caminhada ou o início na academia, deve ser autorizado e acompanhado pelo médico de confiança, principalmente no caso de pacientes oncológicos ou com doenças crônicas. Em tempos de pandemia, é recomendado que as práticas sejam restritas ao ambiente familiar para manter a proteção e evitar a exposição ao vírus.
Segundo o dr. Leonaldson, até que seja seguro voltar às academias, às caminhadas ao ar livre e às quadras de esporte, as pessoas podem usar a própria sala como espaço para se exercitar e manter-se ativo. Algumas dicas são acompanhar vídeos de exercícios em plataformas de streaming (YouTube e outros), subir e descer escadas e, no caso de prédios, caminhar em áreas de pouca circulação, como andares de salão de festa.
“De acordo com a OMS, o mínimo de atividade física necessária para que ela contribua positivamente para a saúde é de 150 minutos moderada ou 75 minutos intensos por semana. Isso dá uma média de 30 minutos de atividades moderadas por dia e 15 minutos intensos ao longo de cinco dias na semana"
Para que o corpo consiga absorver todos os benefícios dos exercícios no pós-treino, é essencial que a pessoa também tenha uma boa noite de sono – para que os músculos possam descansar. Dormir bem também reduz a ansiedade e o estresse, contribuindo também para a saúde mental.