Logo

Neurologia

3 minutos de leitura

Esclerose Múltipla: condição pode ser incapacitante

A esclerose múltipla é uma doença neurológica crônica que envolve a inflamação da mielina, a camada que protege os neurônios.
MT
Dr. Marcus Tulius - Neurologista Atualizado em 15/10/2024
Neurocirurgia oncológica: o que é, que especialista realiza o procedimento e quando procurar um médico?

Evitar o tabagismo e manter níveis adequados de vitamina D podem ajudar na prevenção

Uma das doenças mais comuns do sistema nervoso central, a esclerose múltipla causa uma falha de comunicação entre o cérebro e o corpo, deixando o paciente incapaz de realizar atividades básicas do dia a dia. Acompanhe a leitura e saiba mais.

Esclerose Múltipla: o que é?

A EM (esclerose múltipla) é uma doença neurológica crônica que envolve a inflamação da mielina, a camada que protege os neurônios. Essa inflamação acontece porque o sistema imunológico ataca a mielina, confundindo-a com um invasor. Como resultado, a transmissão dos impulsos nervosos entre o cérebro e a medula espinhal é prejudicada.

Possíveis causas para a esclerose múltipla

As possíveis causas da esclerose múltipla são complexas e variadas. Por ser uma doença multifatorial, vários fatores podem estar implicados na gênese da doença.

No entanto, acredita-se que a condição é mais comum em pessoas com predisposição genética e que estão expostas a certos fatores ambientais, como infecções virais (como o vírus Epstein-Barr) e/ou obesidade durante a infância e o local de nascimento (regiões com baixa exposição à luz solar) associado à deficiência de vitamina D.

Assim, pessoas nascidas em latitudes mais altas como, por exemplo, no hemisfério norte (Canadá, Suécia, Noruega, etc), por terem uma baixa exposição ao sol e níveis mais baixos de vitamina D, teriam um risco maior de esclerose múltipla.

Esse fator inclusive ajudaria a explicar a maior incidência dessa doença nesses locais. No entanto, a doença também ocorre em países tropicais, como o Brasil, justamente por ser uma condição que envolve vários fatores.

É possível prevenir a esclerose múltipla?

As melhores formas de prevenção da esclerose múltipla são:

  • Evitar o tabagismo: além de aumentar o risco de desenvolvimento da doença, fumar está associado a uma progressão mais rápida da condição e menor eficácia no tratamento;

  • Manter níveis adequados de vitamina D: a vitamina D, que pode inclusive funcionar como hormônio, é fundamental para o bom funcionamento do sistema imunológico e do sistema nervoso também.

  • Prevenir a obesidade: indivíduos obesos, especialmente no início da fase adulta, apresentam um risco maior de desenvolver esclerose múltipla.

  • Manter um estilo de vida saudável: pode reduzir o estresse inflamatório. Falamos aqui de alimentação saudável, atividade física contínua, exposição solar moderada, suplementação de vitamina D, ingestão constante de líquidos e de água.

Sintomas da esclerose múltipla

Os sintomas da esclerose múltipla são diversos e variam de acordo com a região inflamada no cérebro e na medula espinhal. Então, se o surto acomete o nervo óptico, a crise vai resultar numa perda de visão súbita. Se houver uma lesão na medula, o paciente vai ter alterações motoras de braço ou de perna. Se há lesões no cerebelo, que é o órgão do equilíbrio, o paciente vai ter alterações de equilíbrio.

Apesar dos sintomas variarem bastante, alguns são mais comuns como:

  • Déficits visuais agudos, como visão dupla e redução da visão;

  • Dormências e formigamentos em um dos membros;

  • Perda de força em um dos membros ou em ambos;

  • Alteração do equilíbrio;

  • Alteração da fala em formas mais tardias da doença;

  • Alterações do controle urinário, como continência urinária.

Outros sintomas incluem:

  • Perda de memória;

  • Ansiedade;

  • Problemas de coordenação motora;

  • Dificuldade para engolir;

  • Cansaço intenso;

  • Tonturas.

  • Vale ressaltar que a intensidade e a duração desses sintomas podem variar de uma pessoa para outra.

Qual médico procurar?

O médico mais indicado para diagnóstico e tratamento da esclerose múltipla é o neurologista.

Como é o feito o diagnóstico?

Para diagnosticar a esclerose múltipla, o médico analisa o histórico médico do paciente. O profissional também solicita exames como:

  • Ressonância magnética: exame não invasivo e altamente preciso, usado para detectar, diagnosticar e acompanhar o tratamento de doenças. Ele permite examinar órgãos, tecidos e o sistema esquelético, gerando imagens de alta resolução do interior do corpo.

  • Coleta de líquor: procedimento para remover uma amostra do fluido espinhal, inserindo uma agulha na região lombar. No diagnóstico da esclerose múltipla, o exame de coleta de líquor permite afastar outras causas e avaliar a gravidade da condição.

Formas de tratamento para a esclerose múltipla

Há mais de dez medicamentos aprovados para tratar a doença, prescritos conforme cada caso e necessidade. Além das medicações, é crucial adotar hábitos saudáveis, como:

  • Parar de fumar;

  • Manter uma dieta equilibrada;

  • Evitar excesso de sal;

  • Cuidar da saúde mental;

  • Praticar exercícios físicos regularmente;

  • Controlar o peso corporal;

  • Manter níveis adequados de vitamina D.

Escrito por
MT

Dr. Marcus Tulius

Neurologista
Escrito por
MT

Dr. Marcus Tulius

Neurologista