Não é novidade que a obesidade tem se tornado cada vez mais comum no mundo. Engana-se, no entanto, quem pensa que a doença está associada unicamente à má alimentação. As causas são multifatoriais e incluem predisposição genética, fatores emocionais e, claro, maus hábitos alimentares. Além disso, recentes estudos científicos constataram que essa condição, em crianças, também tem relação direta com a asma.
Um estudo realizado pela Universidade do Sul da Califórnia reuniu milhares de crianças e jovens com idades entre 5 e 17 anos que, durante uma década, passaram por análise de altura e peso, além de terem respondido a questionários sobre hábitos como exposição ao tabagismo, prática de atividades físicas e histórico familiar de doenças respiratórias. No início, apenas 18% apresentavam sobrepeso; no fim do estudo, 15,8% evidenciavam obesidade, o que tornou possível afirmar que os portadores de asma eram 51% mais propensos ao desenvolvimento da condição, tendo a incidência aumentada quando havia a presença de chiado na respiração.
De acordo com a dra. Christine Tamar, coordenadora do Setor de Pediatria do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), a pesquisa revela a importância do diagnóstico e tratamento precoce da asma em crianças. “Os dados mostram que existe uma sólida redução dos riscos de aparecimento da doença quando os sintomas da asma são tratados com medicamentos e até mesmo com as bombinhas. São medidas simples que não só servem para combater a asma como também para prevenir a manifestação de futuras doenças metabólicas”, explica a especialista.
Apesar de as estatísticas apontarem uma relação de predisposição entre asma e o advento de obesidade, a causa exata ainda é incerta. No entanto, os dados reforçam a necessidade de que as crianças portadoras de asma tenham cuidados redobrados, com alimentação saudável e prática regular de exercícios físicos adequados à capacidade respiratória de cada uma.