Uma rotina com muitas atividades, como organizar a casa, trabalhar e cuidar das crianças, pode fazer com que um hábito fundamental para proteger a saúde dos rins seja esquecido: beber água. Com a chegada do verão, é necessário redobrar a atenção com a hidratação: com as temperaturas elevadas, a evaporação da água no organismo acontece, na maior parte, pela transpiração e menos pela urina. Então, por causa do acúmulo de toxinas no organismo que deveriam ser expelidas pelo trato urinário, há maior formação de cálculos renais, conhecidos popularmente como “pedras nos rins".
O que é o cálculo renal?
Esse quadro – que atinge 1 em cada 11 pessoas no Brasil – é o agrupamento de substâncias que se acumulam nos rins. Elas podem de desenvolver por diversos fatores, como hábitos de vida, histórico na família, metabolismo, baixo consumo de água e alimentação com excesso de sódio e proteína animal. Isso faz com que o corpo diminua a eliminação de ácido úrico, fósforo, cálcio e oxalato, o que contribui para que os cálculos sejam formados. Por outro lado, existem alimentos que ajudam a preveni-los, como frutas, legumes, verduras e comidas integrais que contenham fitato (feijão, ervilha, lentilha e grão-de-bico), magnésio (uva, banana e abacate), potássio (beterraba e suco de laranja) e citrato (abacaxi, laranja e limão).
A coloração da urina pode ser um indicativo em relação à quantidade de líquido no corpo – quanto mais água há no organismo, mais diluída ela fica e tem menos chances de acumular substâncias, ou seja, a coloração ideal é amarelo-clara. Se ela estiver mais escura, em um tom forte de amarelo, é possível que esteja faltando água.
Algumas vezes, a dor lombar indica cólica renal, quando o corpo tenta expelir o cálculo, por isso é importante a atenção aos sinais que o corpo emite e a busca por um atendimento médico especializado.
Estudos têm demonstrado que a incidência e prevalência dos cálculos renais estão aumentando em todo o mundo. Além disso, o quadro é considerado um grave problema de saúde por estar associado à doença renal crônica, síndrome metabólica, hipertensão arterial, doença coronariana e redução da densidade mineral óssea.
A formação do cálculo ainda não é completamente conhecida. O processo biológico de cristalização é complexo, com alterações físico-químicas e de supersaturação da urina, que envolve fatores intrínsecos (como idade, sexo e genética) e extrínsecos (geográficos, clima, dieta, composição mineral, ingesta de líquidos e infecção). É sabido, porém, que pessoas com síndrome metabólica causada por sobrepeso/obesidade, diabetes mellitus e hipertensão arterial são mais propensas a desenvolverem cálculos renais.
Com o tratamento adequado, os cálculos urinários são eliminados espontaneamente na maioria das vezes e somente entre 10% e 20% dos casos necessitam de intervenção cirúrgica, indicada para desintegrar e remover os cálculos que prejudicam o trato urinário.
Quais os fatores de risco para o cálculo renal?
Existe uma série de fatores de risco para o surgimento do cálculo renal:
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alimentação - pouca ingestão de líquido e alimentação com excesso de proteínas e sódio contribuem para o aumento do cálcio e ácido úrico na urina e, consequentemente, para a formação dos cálculos;
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síndrome metabólica - obesidade e hipertensão contribuem para o desenvolvimento do quadro, principalmente quando estão associadas à alimentação inadequada;
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gênero - este é um problema que afeta cerca de três vezes mais os homens do que as mulheres;
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idade - a faixa etária com maior incidência da doença tende a ser entre 20 e 40 anos, de acordo com a predisposição genética.
Segundo o Dr. Alan Castro, coordenador do Setor de Nefrologia do CHN, o cálculo renal pode ser a primeira manifestação da síndrome metabólica, que é um distúrbio provocado pelo excesso de peso e sedentarismo. Além dos cálculos renais, essa condição também influencia no desenvolvimento de hipertensão arterial, diabetes mellitus e doença renal crônica.
Como prevenir o cálculo renal?
Hidratação - em primeiro lugar, para evitar essa doença, é necessário beber bastante água, cerca de 2 litros por dia.
Consumir menos proteína animal - por causar o aumento do nível de ácido úrico e reduzir os níveis de citrato, o excesso desse tipo de alimento pode influenciar a formação dos cálculos.
Evitar alta ingestão de sódio - o grande consumo de sódio tende a aumentar a quantidade de cálcio na urina e levar ao desenvolvimento de pedra nos rins.
Exames médicos em dia - manter o check-up anual para avaliar alterações no organismo contribui para a prevenção de doenças. Os cálculos e os cistos renais podem confundir por sua semelhança, por isso precisam de avaliação médica.
Tratamento
De acordo com o Dr. Alan, a melhor forma de tratamento é facilitar a passagem do cálculo pelo ureter com o auxílio de medicamentos que dilatam o trato urinário, assim como optar por intervenções urológicas quando o cálculo não é eliminado. É importante fazer uma investigação metabólica traçada pelo nefrologista para definir a origem da formação do cálculo. Consulte sempre um especialista para resolver dúvidas que você tenha em relação a sua saúde.