A hipertensão é uma enfermidade que pode ser silenciosa, já que, por vezes, indivíduos afetados são assintomáticos, e justamente por isso é considerada um grande perigo para a saúde cardiovascular. Segundo a dra. Nágela Nunes, cardiologista do CHN, tem pressão alta quem apresenta valores acima de 140 por 90 (14 por 9) em mais de uma medição. “Essa elevação ocorre quando as artérias (vasos que levam o sangue que sai do coração para todo o corpo) diminuem sua elasticidade, aumentando a resistência para a passagem do sangue, o que faz o coração, por sua vez, ter que empregar mais força de contração”, explica a médica sobre a causa da doença.
Considerada uma doença crônica muito prevalente, a hipertensão afeta um em cada quatro brasileiros adultos, de acordo com o Ministério da Saúde, e o consumo excessivo de sal, a obesidade e a história de casos na família estão entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença.
Saiba quais são os fatores de risco para a hipertensão:
consumo excessivo de sal; obesidade; idade; consumo excessivo de álcool; sedentarismo; fumo; histórico familiar.
Você sabe identicar a pressão alta?
A hipertensão arterial pode ser sistólica e/ou diastólica. Quando o coração bate, por ser um músculo, ele contrai e bombeia o sangue pelas artérias para o resto do corpo. Essa força cardíaca gera a pressão correspondente ao primeiro número da pressão arterial, chamada de pressão arterial sistólica. Já a pressão diastólica – o segundo número da pressão arterial – é a cifra decorrente da pressão quando o coração está relaxado.
A classicação, segundo a VII Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, é feita com base em valores-padrão considerados normais para indivíduos acima de 18 anos.
Normal: menor ou igual a 120, sistólica, por 80, diastólica.
Pré-hipertensão: de 121 por 81 a 139 por 89.
Hipertensão estágio 1: de 140 por 90 a 159 por 99.
Hipertensão estágio 2: de 160 por 100 a 179 por 109.
Hipertensão estágio 3: maior ou igual a 180, sistólica, por 110, diastólica.
A dra. Nágela Nunes arma que, frequentemente, a hipertensão não apresenta sintomas, mas os picos de pressão alta podem acarretar dor no peito, na nuca e na cabeça, tonturas, zumbido no ouvido e visão turva.
Caso seja detectada elevação da pressão arterial sistólica ou diastólica em medições diferentes ao longo do dia, procure auxílio médico para diagnóstico e tratamento adequados. Segundo a cardiologista do CHN, “além de maltratar o coração, a hipertensão, quando não controlada, pode favorecer o aparecimento de doenças renais e aumentar o risco de desenvolvimento de outras patologias, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Essa força desproporcional que o coração faz sobre os vasos pode danicá-lo e causar outros problemas cardiovasculares”, ressalta Nágela.
Estratégias para baixar a pressão
Quem quer viver com a pressão controlada precisa buscar um tratamento adequado. A médica ensina que sair do sedentarismo, perder peso, não ingerir álcool e sal em excesso, não abusar de medicamentos, como anti-inamatórios, e ter uma alimentação saudável (rica em vegetais, bras, frutas, laticínios com pouca gordura, nozes, peixes e aves) são atitudes fundamentais para quem é hipertenso.
“Mas, além de bons hábitos, o uso orientado de medicamentos é indispensável. A indicação mais adequada é feita pelo cardiologista, que faz uma avaliação da necessidade de cada paciente. É importante ressaltar também que os remédios para hipertensão são de uso contínuo e não devem ser interrompidos nos momentos em que a pressão está normal”, finaliza a médica.