Novembro é o mês da Campanha Nacional de Conscientização de Prevenção e Diagnóstico Precoce do Câncer de Próstata, o famoso Novembro Azul. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens e estima-se que, até o final de 2020, terão sido diagnosticados cerca de 65 mil novos casos no país. Para o tratamento com objetivo curativo, é indicada a prostatectomia radical, cirurgia de remoção da próstata e das vesículas seminais, associada ou não a outros tratamentos, dependendo do caso.
A cirurgia do câncer de próstata pode ser realizada de diversas maneiras: por meio da cirurgia tradicional aberta, da cirurgia videolaparoscópica – através de pequenos furos no abdome – e da tecnologia robótica.
O que é cirurgia robótica?
A prostatectomia robótica é uma técnica de laparoscopia por vídeo com auxílio de robô em que se removem a próstata e as vesículas seminais e é reconstruído o trato urinário. O método utiliza um sistema de braços robóticos de alta precisão que proporciona ao cirurgião uma visão em 3D com imagem até seis vezes maior do campo cirúrgico. O sistema favorece o aumento dos movimentos da mão humana, que são direcionadas pelo médico e executadas pelos braços robóticos. Como resultado, há maior precisão e facilidade de operar em espaço limitado e reconstruir, de forma segura, a anatomia do trato urinário.
Em quais casos a cirurgia robótica é indicada para o câncer de próstata?
A remoção da próstata por meio da cirurgia robótica deve ter indicação médica e, atualmente, pode ser realizada em todos os pacientes que tenham sido diagnosticados com câncer de próstata localizado ou avançado, mas sem metástases a distância e para outros órgãos.
Como é feita a cirurgia robótica de próstata?
Na maior parte dos casos, a internação é no mesmo dia da cirurgia, com um preparo com jejum de oito horas. O procedimento é feito com anestesia geral e dura de duas a três horas. São feitas pequenas incisões de até 3cm na parte do abdome abaixo do umbigo, por meio das quais serão inseridas pinças de cirurgia acopladas aos braços robóticos.
Ao término do procedimento, o paciente ainda receberá doses de anestésico para diminuir a dor no pós-operatório imediato. No mesmo dia, ele será liberado para ingerir alimentos leves e sair do leito – importante para evitar complicações do tempo passado no leito e estimular uma recuperação mais rápida. Normalmente, o paciente fica com um cateter urinário implantado na uretra (sonda vesical) de cinco a sete dias, que será removido na primeira revisão pós-operatória, já no consultório.
O que acontece depois da prostatectomia com tecnologia robótica?
Depois da cirurgia, é recomendado repouso de duas a três semanas – atividades de muito impacto, como corrida, bicicleta e ginástica aeróbica, estão proibidas. São permitidas, por exemplo, a realização de tarefas domésticas, caminhadas leves e retorno ao trabalho que não necessite de esforço físico.
Nos primeiros dois anos após o procedimento, o paciente deverá ter um acompanhamento a cada três meses, por meio de exames laboratoriais e de imagem. Do segundo ao quinto ano, ele vai ao médico a cada seis meses e, depois de cinco anos, a consulta de acompanhamento deve ser anual.
Vantagens da cirurgia de próstata robótica em relação à tradicional
Os benefícios que mais se destacam na cirurgia robótica de próstata em comparação com os procedimentos tradicionais são:
- maior possibilidade de movimentos que o aparelho permite, uma vez que o robô realiza, com exatidão, o comando do cirurgião, dando mais precisão ao procedimento cirúrgico;
- garantia de melhor visualização da área a ser operada graças à câmera em 3D;
- preservação de nervos e músculos que envolvem a glândula;
- evita complicações;
- proporciona melhor recuperação do paciente.